As origens do IEE remontam ao início da década de 1970, inicialmente pensado em 1971 por Dom Candido Padim como Centro de Estudos Especiais, com os objetivos de articular os Centros Universitários entre si e interligar a Universidade com distintas esferas da sociedade.
O projeto do aludido Centro não se concretizou em função do período de restrições às liberdades civis e políticas no contexto da ditadura militar. O Instituto de Estudos Especiais transformou-se, assim, num órgão estatutário, juntamente com outros que posteriormente foram surgindo na Universidade. Tratava-se de uma conjuntura de expansão das atividades e extensão de várias faculdades e unidades complementares, suscitada e animada, inclusive, pelo Grão Chanceler da PUC-SP à época, Dom Paulo Evaristo Arns, que insistentemente convidava a universidade a ultrapassar seus muros e colocar-se a serviço da sociedade, especialmente das classes populares espalhadas pelas periferias da cidade.
É importante destacar que o IEE, desde sua origem, caracterizou-se por atuar de modo interdisciplinar e multidisciplinar, situando-se na confluência entre projetos de ação voltados para a sociedade civil e reflexões relevantes que permitiram incentivo, atualização e publicização de pesquisas desenvolvidas pela Universidade.
No início da década de 1990, na conjuntura de redemocratização, o IEE teve presença expressiva na implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA e na formação de agentes para atuar nesta política em todo o país. Ao mesmo tempo em que participava dos Fóruns de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, desenhou, junto com órgãos federais, em 1996, o Programa Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil / PETI e participou ativamente de sua implementação e avaliação, produzindo significativo material que obteve circulação nacional.
É dessa mesma época (1995/96) a contribuição do IEE na implementação da Política de Assistência Social, definida como integrante de Seguridade Social na Constituição Federal de 1988, e mais recentemente na formulação do sistema de proteção social não contributiva, iniciativa pública das mais importantes no enfrentamento da pobreza e desigualdade no país.
Aliás, neste campo a PUC-SP, por meio da expressiva participação de seus professores e pesquisadores, tem tido protagonismo continuado. O material publicado pelo IEE tem servido de apoio aos profissionais que trabalham em inúmeros municípios brasileiros de variados portes, exigindo reimpressões e disponibilização via Internet.
Datam da década de 1990 as elaborações sobre a temática da família contemporânea, não apenas como base estratégica para a implementação de políticas públicas de atendimento de necessidades e direitos das famílias e seus membros, mas também como fundamento para o debate e produção de conhecimentos sobre as transformações contemporâneas dos laços familiares e das redes de sociabilidade. Daí derivaram outras linhas de atuação, entre as quais: metodologias de trabalho com famílias; diagnósticos de programas e projetos voltados às famílias pobres no âmbito das políticas públicas; análises e formulação de sistemas de monitoramento e avaliação.
Atento às demandas contemporâneas de gestão da informação, em 2001 cria e continua a consolidar uma linha de ação denominada Sistema Informacional de Gestão Social – SIGS, ferramenta auxiliar na gestão (implementação, monitoramento e avaliação) de programas sociais, utilizada por órgãos públicos municipais e estaduais. O IEE tem desenvolvido diversas iniciativas nesse campo, como a realização de pesquisas, assessorias, oficinas, seminários, as quais resultaram diferentes publicações que encontram grande receptividade por gestores da Política e Assistência Social, bem como trabalhadores e estudantes de diversas áreas de atuação.
Desde o início dos anos 2000, com o advento da legislação ordenadora da política pública de assistência social - a PNAS/2004, a NOB/SUAS/2005 e a NOB/SUAS/RH/2006 -, o IEE, em colaboração com o corpo docente da área de Serviço Social da PUC-SP, investiu em ações de capacitação e formulação de proposições para adequação de órgãos governamentais e não governamentais às novas diretrizes da política de assistência social. Intensificou, assim, relações com os gestores em nível federal e municipal, considerando a conjuntura de forte inflexão da área e as novas necessidades criadas pela implantação do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, que exigem reordenamento institucional, consolidação do sistema descentralizado e participativo, funcionamento dos conselhos de assistência social e a realização de conferências municipais, estaduais e nacional.
Em 2009, com a aprovação dos novos Estatuto e Regimento da Universidade, o IEE transformou-se na Coordenadoria de Estudos e Desenvolvimento de Projetos Especiais - PUC-SP mantendo, contudo, as mesmas diretrizes, compromissos e objetivos voltados à contribuição para o aperfeiçoamento das políticas públicas em nosso país.
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