COLEÇÕES
Fotografias da Juventude Operária Católica
Identificação:
Denominação: FOTOGRAFIAS DA JUVENTUDE OPERÁRIA CATÓLICA
Sigla: (FOT JOC)
Natureza do Conjunto: Coleção
Data Limite Inicial: 1931
Data Limite Final: 1959
Quantidade: 826 peças documentais
Contextualização:
História Administ./Biografia: A Juventude Operária Católica foi fundada em Bruxelas (Bélgica), em 1923, pelo Sacerdote belga Joseph Cardjin, oriundo de família operária. Em 1925, durante seu Primeiro Conselho Nacional naquele país, foi oficializada. Expandindo-se internacionalmente, o Movimento instituiu a Internacional Jocista (JOCI) em 1947, também sob a liderança do Padre Cardjin, com o objetivo de fortalecer sua coordenação, tanto a nível local, quanto nacional e continental.
Administrativamente, a JOC contava com equipes nacional, regionais e locais, formando uma estrutura hierárquica acompanhada por assistentes eclesiais em cada nível, além de se organizar em Conselho Internacional, Equipe Internacional, Secretariados Internacionais.
Enquanto Movimento de Igreja e parte da Ação Católica, a JOC guardava seu caráter religioso, mesmo quando elaborava uma concepção de fé bem mais voltada para a realidade social do que outras tendências no interior da própria Igreja. Propõe-se a ensinar o jovem trabalhador a viver uma vida completa e mais humana, a ser um corpo representativo que defenda o direito dos operários. Constitui-se em torno da proposta do jovem operário tornar-se um apóstolo no próprio meio operário, construindo sua formação na e pela ação, fundamentada na metodologia do ver, julgar e agir.
Os primeiros grupos da JOC no Brasil foram criados a partir de iniciativas esparssas ainda nos anos 1920, adquirindo maior importância a partir de 1947, ano de realização da Primeira Semana Nacional de Estudos, em São Paulo, momento em que a ACB começava a se reorganizar. Quando da visita do Padre Cardjin ao Brasil, em 1948, a JOC oficializou-se em bases nacionais.
A partir de 1950, nota-se um envolvimento crescente da JOC com os problemas da classe trabalhadora, realizando publicações significativas, que testemunhavam as possibilidades e limites dessa prática. Nessa fase, a hierarquia da Igreja também apresentava sinais de mudança: em 1952 criava-se a CNBB, sob a liderança de Dom Helder Câmara e de bispos que promoviam reflexões sobre a missão da Igreja mais referida à realidade social do que anteriormente.
Durante a década de 1960, a JOC continuava a preocupar-se com sua expansão e fortalecimento e com a coordenação mais eficaz de seus próprios quadros. O Movimento ampliou-se para 25.493 membros e seu jornal mensal alcançou uma tiragem de 40 mil exemplares. Jocistas começavam a empregar mais tempo para tratar de questões profissionais, condições de trabalho, sindicatos e associações.
O ano de 1961 foi um momento decisivo, assinalado por três importantes assembléias no Rio de Janeiro: o II Congresso Mundial da JOC, o I Congresso Nacional de Jovens Trabalhadores e Congresso de Jovens Empregadas Domésticas. Este último, organizado pela JOC, resultou, mais tarde, na criação de uma associação profissional para essas empregadas.
Em 1962, ex-jocistas criaram a Ação Católica Operária (ACO) como um Movimento de adultos, com a finalidade de dar oportunidade ao trabalho da JOC para além dos quadros jovens. Em 1963, jocistas organizavam o Serviço de Cultura Popular, além de desempenhar papel significativo em outros Movimentos populares em várias localidades. Influenciados por esses Movimentos, assistentes da JOC estiveram entre os primeiros padres que refletiram sobre princípios pedagógicos em relação ao trabalho com as classes populares, que teriam um grande impacto, mais tarde, na Igreja popular.
A JOC se viu perseguida com a repressão do governo militar pós 1964. Toda sua equipe nacional foi presa e torturada, seus Conselhos Nacionais de 1964 e de 1965 foram cancelados e o Movimento passou para a clandestinidade, perdendo muito de sua vitalidade. Nesse momento, os Círculos Operários, conservadores e mais voltados para questões eclesiais, apoiaram o golpe em nome do anticomunismo.
Entretanto, a JOC sobreviveu; atualmente, vem se revigorando, ao lado de Comunidades Eclesiais de Base e de Movimentos Pastorais.
Hist. Arquivística/ Procedência: A Coleção foi formada pelo CEDIC a partir das doações feitas por militantes da JOC, que haviam conservado fotografias relativas ao Movimento em seus arquivos pessoais. Grande parte dessas doações se deram durante a coleta de depoimentos orais dos militantes para o Projeto "Igreja e Movimentos Sociais: atuação dos cristãos no Brasil República (1920 a 1980)", coordenado pelas Profas. Maria do Pilar Araújo Vieira e Yara Aun Khoury, do Departamento e do Programa de Estudos Pós-Graduados em História da PUC/SP. Não sendo, portanto, produzidas pelo Movimento, mas individualmente pelos seus membros, foram mantidas como Coleção complementar ao Fundo Juventude Operária Católica (JOC).
São doações feitas por Monsenhor Enzo Gusso, em 1987, pelos ex-militantes Alceu Alves Gomes, Genoefa Drezza, Hilário Cuzziol, Neide Kulpa, Rosa Pincinato, Susana Rocha Medeiros e Lydia V. Deutch, em 1992.
Conteúdo e Estrutura:
Âmbito e Conteúdo: A Coleção compõe-se de fotografias de Congresso da JOC, visitas pastorais, do Palácio Pio XII, de campanhas, de Dom Carlos Motta, da chegada de Monsenhor Cardjin, de viagens nacionais, de confraternização de jovens, eventos relacionados à Igreja, de viagens nos navios Duque de Caxias, Córdoba e Auriga, de viagens à Itália e à Áustria.
Sistema de Arranjo: A Coleção encontra-se parcialmente organizada.
Condições de Acesso Uso:
Condições de Acesso: Não há restrições ao acesso.
Instrumentos de Pesquisa: . Listagem preliminar da Coleção Fotografias da Juventude Operária Católica. São Paulo, CEDIC, 1992. (datilografada)
Notas:
Notas: Não há.
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