COLEÇÕES

Movimentos em Defesa do Meio Ambiente

Identificação:

Denominação: MOVIMENTOS EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE
Sigla: (MOV DEF MEIO AMB)
Natureza do Conjunto: Coleção
Data Limite Inicial: 1968
Data Limite Final: 2007
Quantidade: 11 caixas

Contextualização:


História Administ./Biografia: A entrada da questão ambiental para a cena pública está intimamente ligada à emergência dos movimentos ecológicos. Herdeiros dos Movimentos hippie e pacifista, o ecologismo, que se inicia nos Estados Unidos, no final da década de 60, espalhou-se, nos anos seguintes, pelos países da Europa Ocidental, Japão e Austrália, mundializando-se nos anos 80.
Ainda que já houvesse, em vários países, entidades de caráter conservacionista (voltadas para a proteção de espécies animais e vegetais), foi apenas a partir dos anos 70 que a preocupação ambiental surge como movimento social.
No Brasil, o movimento ecológico também desenvolveu-se nessa época, sendo marcado pelo ativismo contra as agressões e ameaças à natureza e contra o regime autoritário até então vigente no país. Uma das entidades precursoras do movimento é a Associação Gaúcha de Proteção à Natureza (AGAPAN), criada em 1971, atuando contra o uso abusivo de agrotóxicos e liderada por José Lutzemberger.
A partir de 1977, num contexto inicial de abertura política no País, proliferaram os movimentos reivindicatórios ambientalistas nos grandes centros urbanos. Dentre eles, figuram os protestos contra a formação do lago da hidrelétrica de Itaipu, que fez desaparecer as cataratas de Sete Quedas; a luta contra a construção do aeroporto da Cidade de São Paulo na região ainda preservada de Caucaia do Alto; as manifestações de alerta sobre as destruições na Amazônia, provocadas por projetos de mineração e de hidrelétricas; entre outros.
No início dos anos 80, destacaram-se o Movimento contra o Programa Nuclear Brasileiro e as campanhas que denunciavam as calamidades de Cubatão, onde os ecologistas trabalharam com grande apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Ao mesmo tempo, as campanhas contra agrotóxicos saíram dos pampas gaúchos e se espalharam pelos Estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo, articulando, além dos ecologistas e setores das universidades, grupos profissionais, como agrônomos e engenheiros florestais.
Entidades não institucionalizadas, formadas por amadores, continuaram existindo, iniciando algumas delas um processo de profissionalização, mesmo que parcial. Surgiram novas organizações ambientalistas com perfil profissional, contando com funcionários técnicos e administrativos, com uma linha de atuação bem definida e estruturada para a captação de recursos. No geral, essa captação se concretizava através de convênios com entidades estrangeiras, doações, contribuições de sócios e até contratos com o Governo. A maior parte dessas novas entidades adota a forma de fundação.
Como exemplo desse processo, na segunda metade da década de 80, surgiram em São Paulo novas entidades ambientalistas, como por exemplo, a Associação em Defesa da Juréia e a Fundação SOS Mata Atlântica. Além disso, há uma crescente politização do Movimento, traduzida no surgimento do Partido Verde (PV) em 1986, e no lançamento de candidatos ecologistas por vários partidos.
Nesse contexto, a Amazônia surge no cenário ambiental como foco de preocupação. A intensificação da exploração de madeira e minerais, assim como a violência contra grupos de indígenas e seringueiros na extração de terras e as consequências de projetos como o Grande Carajás e a Transamazônica levaram à discussão mais disseminada sobre a questão amazônica. Novas organizações surgiram, que abordavam os problemas na região amazônica tanto da perspectiva ambiental quanto da social. Paralelamente, pressões internacionais também se mobilizavam por uma intervenção.
No final dos anos 80, o Brasil foi colocado na lista dos vilões ecológicos do Planeta. Em 1989, a Organizações das Nações Unidas (ONU) agendou para junho de 1992 a realização de sua Segunda Conferência sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ENUMAD), sendo definida a Cidade do Rio de Janeiro como sede a pedido do Governo brasileiro. Com essa expectativa, os vários setores governamentais, intergovernamentais e da sociedade em geral (comunidade científica, empresários, sindicatos, entidades representativas dos mais diversos grupos), além dos grupos ambientalistas, mobilizaram-se para a preparação da Conferência do Rio, denominada popularmente de ECO-92.

A realização da ECO-92 trouxe uma série de avanços para a questão ambiental, consolidando o processo de multissetorialização e mundialização da questão ambiental, porém, seu maior resultado foi a efetivação na mídia da preocupação pública com o meio ambiente.

Os documentos que integram a Coleção sobre esses Movimentos possuem várias origens e foram reunidos pelo CEDIC.

Hist. Arquivística/ Procedência: os documentos foram adquiridos através de doações com doadores e datas não mencionados, pela Hemeroteca da PUC/SP, em 1994, pela Viviane Tessitore, em 29 de outubro de 2007, e pela Jornalista Jan Rocha, em 2021.

Conteúdo e Estrutura:

Âmbito e Conteúdo: a Coleção compõe-se de artigos jornalísticos sobre preservação das espécies, devastação, corrida nuclear, poluição da água e ar, natureza e homem, texto do Congresso Nacional em Defesa da Amazônia, cadernos populares sobre coleta seletiva de lixo, correspondência sobre seminários, publicação sobre projeto ecológico, folders sobre exposição de fotografias na Semana do Meio Ambiente, livreto sobre área de proteção ambiental, texto sobre acordo nuclear, cartilha e folheto sobre educação ambiental, relatórios sobre a exploração madeireira, correspondências, boletins do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), estudos e pesquisas sobre o desmatamento na Amazônia, recursos naturais, políticas ambientais, códigos florestais, barragens e mineração, resumos de simpósios, conferências e fóruns, publicações e comunicados de organizações ambientais, panfletos e programas de seminários, recortes de jornal, revistas e periódicos, análises de projetos ambientais, publicações da Secretaria de indústria e Comércio do Acre, relatórios de gestão do estado do Amazonas, notas à imprensa do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e do Ministério do Exército, projetos de lei, requerimentos da Câmara dos Deputados, mapas de unidades de conservação na Amazônia, projetos de programas ambientais, convites para simpósios sobre questões ambientais, relatórios de organizações sobre atividades ilegais na Amazônia, decretos presidenciais, panfletos educativos, textos de análise sobre o Projeto Grande Carajás, documentos da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre planos de desenvolvimento da Amazônia, notícias sobre lideranças ambientais, resumo do Plano Diretor de Meio Ambiente do Setor Elétrico, transcrições de discursos em conferências, programas e pesquisas do business Council for Sustainable Development, listas de organizações ambientais e dossiê sobre o Projeto Carajás.

Sistema de Arranjo: parcialmente organizada.

Condições de Acesso Uso:

Condições de Acesso:
Instrumentos de Pesquisa: . Inventário Topográfico da CEDIC. São Paulo, 1992. (datilografado)

Notas:

Notas:

 

Galeria

A galeria reúne imagens não sequenciais selecionadas pelos pesquisadores a respeito da coleção/fundo e não sofreram tratamento técnico e arquivístico. Para mais informações, contatar cedic@pucsp.br.