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observatório ecopolítica

ano I, n. 5, fevereiro, 2016.

 

 

ondas gravitacionais: ainda há muito para ouvir.


As ondas gravitacionais estão mesmo aqui, ali, acolá, singrando o espaço-tempo. A “novidade” foi recentemente divulgada em artigo publicado na edição de 12 de fevereiro de 2016 da revista Physical Review Letter, assinado por cientistas do Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory (Ligo), dos Estados Unidos, e por outras mais de 60 instituições de pesquisa espalhadas pelo planeta (ver: http://www.pucsp.br/ecopolitica/observatorio-ecopolitica/n4.html).


Em 14 de setembro de 2015, dois interferômetros laser do Ligo, um localizado no Estado da Louisiania e o outro em Washington, detectaram o sinal de uma onda gravitacional. Bastaram apenas 0,2 segundos para estes aparelhos registrarem o que se acredita ser o efeito do choque de dois enormes buracos negros que colidiram e formaram um único e imenso corpo celeste sem luz de massa 62 vezes maior que a do Sol.


Esta foi a primeira vez que instrumentos puderam detectar de forma direta a passagem de uma onda gravitacional pelo planeta Terra, fenômeno cuja existência havia sido postulada por Albert Einstein há 100 anos.


Em sua teoria da relatividade, Einstein concebeu o espaço como algo maleável, que poderia se comprimir ou se esticar. Equações matemáticas complementares à relatividade mostraram que a aceleração de massas poderia produzir uma espécie de radiação que, ao se propagar, afastando-se do seu ponto de origem, deformaria o espaço. Ele batizou esta energia de “ondas gravitacionais”.


Desta forma, todos os corpos celestes produzem ondas em seus movimentos pelo universo. Porém, são ínfimas e quase imperceptíveis. Apenas eventos de grande magnitude como a explosão de supernovas, o choque de estrelas de nêutrons ou a colisão de buracos negros são capazes de gerar deformações no espaço ou ondas gravitacionais mais fortes detectáveis por instrumentos como os interferômetros laser do Ligo.


A detecção de ondas gravitacionais possui várias implicações, principalmente para a produção de conhecimento sobre o universo. Por meio delas, os astrônomos agora podem “ver” eventos que não são observáveis pelo espectro eletromagnético, ou seja, as ondas visíveis ao olho humano. Como explica o astrônomo Odylio Denys Aguiar, do Instituto de Pesquisas Espaciais, “a astronomia de Ondas Gravitacionais vai permitir que ‘ouçamos’ o universo e daí possamos entender a sua história completa”. Neste sentido, podemos compreender as ondas gravitacionais detectadas pelo Ligo como o “som” da colisão de buracos negros que, por sua própria característica física, jamais poderiam ser vistos, mas puderam ser “ouvidos”. Podemos, também, problematizar a nova versão sobre a história completa do universo, sempre incompleta, e talvez comecemos a deixar de lado a obsessão científica e filosófica sobre a origem.


Aos poucos, a sociedade de controle reafirma a importância da detecção de outros sinais, além dos luminosos, para produzir mais conhecimentos sobre a cosmologia que adotou: a do universo em expansão. Ela procura diferenciar-se dos métodos empregados pela astronomia moderna das sociedades disciplinares, que recorriam, sobretudo, a instrumentos baseados na visão, como os telescópios, para decifrar o seu universo infinito.


O rumo da astronomia mostra que deixa de ser primordial enxergar muito longe. Agora interessa estar de “ouvidos” atentos para recolher as informações com as quais a ciência, mais uma vez, procurará recontar a origem, a estrutura e a evolução do universo.





R A D.A.R

1915 - The field equations of gravitation:

http://einsteinpapers.press.princeton.edu/vol6-trans/129

http://echo.mpiwg-berlin.mpg.de/ECHOdocuView?url=/permanent/echo/einstein/sitzungsberichte/6E3MAXK4/index.meta

1916 - Approximate integration of the field equations of gravitation:

http://einsteinpapers.press.princeton.edu/vol6-trans/213

http://echo.mpiwg-berlin.mpg.de/ECHOdocuView?url=/permanent/echo/einstein/sitzungsberichte/BGG54UCY/index.meta

1918 - Approximate integration of the field equations of gravitation:

http://einsteinpapers.press.princeton.edu/vol7-trans/25

Hippolyte Havel. “An imoral writer”. In: Mother Earth. Vol. 5, n. 6, agosto de 1910.

http://dwardmac.pitzer.edu/anarchist_archives/goldman/ME/mev5n6.html#194

Voltairine de Cleyre. “Why I am an anarchist”. In Mother Earth. Vol. 3, n. 1, março de 1908.

http://theanarchistlibrary.org/library/voltairine-de-cleyre-why-i-am-an-anarchist

 

o vírus, alertas e mais monitoramentos


Até abril de 2015, “zica” não passava de uma gíria, usada no Brasil para designar a má sorte que pode acometer qualquer um. Dizer que alguém estava “zicado” era dizer que uma pessoa era azarada. Recentemente, a palavra “zica” perdeu a letra “c” e ganhou um “k”. Com a mudança, tornou-se diretamente relacionada a uma nova doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e que pode se tornar uma epidemia planetária.


O vírus zika foi localizado no Brasil entre os usuários dos serviços de saúde da cidade de Camaçari, na região metropolitana de Salvador (BA). Pesquisadores do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia identificaram-no nos pacientes com sintomas muito parecidos com os da dengue (febre, diarreia, dores e manchas pelo corpo). Estes foram os primeiros no país a serem classificados como infectados pelo zika, anteriormente responsável por surtos na África e na Ásia, mas desconhecido nas Américas. Além da Bahia, casos da então chamada “dengue atípica” apareceram em outros estados do Nordeste, como Pernambuco, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Sergipe e Paraíba.


No início, a contaminação pelo vírus zika não se mostrava alarmante porque seus sintomas pareciam ser mais brandos do que os da dengue, da chikungunya e da febre amarela, doenças que também têm como vetor o mosquito Aedes aegypti. Tudo mudou quando se aventou a possibilidade deste vírus estar associado ao desenvolvimento de microcefalia em recém-nascidos durante a gestação.


Ainda não há uma conclusão definitiva sobre esta questão. Mas, a partir da rápida profusão de uma série de pesquisas científicas, constrói-se o consenso em torno da relação de causalidade entre o vírus zika e a microcefalia. Imediatamente após a identificação do vírus no país, os serviços de saúde verificaram a concomitante ampliação numérica do nascimento de bebês com a má-formação no crânio e no cérebro denominada microcefalia.


No final de 2015, foram registrados 2.782 casos de recém-nascidos com suspeita de microcefalia, em 19 estados, a grande maioria deles no Nordeste do Brasil. Este número superou em quase 20 vezes o total de casos suspeitos registrados no ano anterior, chamando a atenção das secretarias municipais e estaduais e do Ministério da Saúde. Além disso, mães de bebês nascidos com microcefalia relataram alguns sintomas de zika, como manchas avermelhadas na pele, durante a gravidez. Um último fator agregado para o acoplamento, talvez definitivo, da zika à microcefalia foi o resultado de exames do líquido amniótico de gestantes da Paraíba, evidenciando a infecção dos fetos pelo vírus.


A situação atual é inusitada porque em nenhum dos locais onde surtos da doença foram anteriormente registrados houve relato da ocorrência de microcefalia em recém-nascidos, o que inclusive amplificou rumores que relacionam a microcefalia no Brasil ao emprego de vacinas vencidas e à utilização do pesticida piriproxifeno, recorrente no controle do mosquito Aedes aegypti.


O vírus zika foi catalogado em 1947 por cientistas estadunidenses e europeus financiados pela Fundação Rockefeller que pesquisavam a febre amarela com macacos rhesus na floresta chamada Zika, em Uganda. Nos anos 1950, o vírus foi encontrado em uma menina de 10 anos na Nigéria, com suspeita de haver contraído febre amarela. Até o início dos anos 1980, evidências de infecções pelo vírus zika foram reportadas em vários países africanos e em algumas partes da Ásia. Neste período, os registros trazem apenas 14 casos confirmados de infecção por vírus zika em todo o planeta.


Em 2007, o vírus chegou às Ilhas Yap, na Micronésia, Oceania, onde foram confirmados 99 casos. Apesar de não terem ocorrido mortes e nem mesmo hospitalizações, presume-se que um terço da população da ilha tenha sido infectada após transmissão por mosquitos.


O vírus continuou a se espalhar pela região e estima-se que em 2013, em um período de apenas três meses, 55 mil pessoas tenham sido infectadas na Polinésia Francesa. No final daquele ano, 19 casos de síndrome de Guillain-Barré, uma doença neurológica que pode levar à paralisia foram relacionados ao zika e também foram reportados.


Atualmente, no Brasil, aumentam as ocorrências de pacientes com os sintomas do vírus e também dos que se enquadram na síndrome de Guillain-Barré. Cientistas afirmam que os sintomas da síndrome podem surgir após a infecção redundando em zika, dengue e chikungunya. Médicos alertam para a gravidade da situação, pois as pessoas afetadas pela síndrome, na maioria dos casos, necessitam de cuidados hospitalares em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). E o sistema de saúde brasileiro não está preparado e equipado para dar conta de uma epidemia.


Segundo os pesquisadores brasileiros do Instituto Adolfo Lutz e da Universidade Federal do Rio de Janeiro que completaram o sequenciamento genético do vírus encontrado nos estados de São Paulo e da Paraíba, o material analisado se assemelha muito ao que causou o surto de zika na Polinésia Francesa. Os cientistas acreditam que neste período de quase 70 anos em que deixou a África e chegou às Américas, o vírus zika passou por adaptações que facilitaram sua reprodução no corpo humano, ampliando assim sua capacidade de disseminação.


Nos Estados Unidos, no início de fevereiro, houve o relato de um paciente do Estado do Texas que teria sido infectado pelo vírus após relações sexuais com uma pessoa que viajou à Venezuela. O primeiro caso a levantar essa suspeita ocorreu em 2008, envolvendo um biólogo estadunidense que esteve no Senegal e contraiu a doença. Ao retornar aos Estados Unidos, sua esposa também adoeceu. Em 2013, durante o surto de zika na Polinésia Francesa, cientistas encontraram altos níveis do vírus em análises clínicas de sêmen e também de urina. No Brasil, na cidade de Campinas, verificou-se que o vírus também poderia ser transmitido por transfusão de sangue. Agora, com a possibilidade do vírus zika também poder ser transportado pelo sangue humano, projeções para a extensão da doença tornaram-se ainda mais alarmantes.


Diante desta situação, o Papa Francisco declarou-se favorável ao uso de preservativos, seguindo as declarações durante as Jornadas da Juventude Católica. Para ele, a zika coloca em questão um conflito entre os dogmas do catolicismo “não matar” e “não pecar contra a castidade”. A possibilidade da transmissão do vírus por meio de relações sexuais não encontrou, por enquanto, vinculação às condutas consideradas amorais. Diferente de outras epidemias tidas como sexualmente transmissíveis, a zika não apresenta um “grupo de risco”, uma vez que os casos em que se cogita contágio pelo sexo estão vinculados a uma sexualidade majoritária. Por ora, apenas endossam o discurso do sexo seguro. A recomendação de médicos e pesquisadores é a de que, independente da possibilidade de transmissão sexual do vírus, as mulheres que vivem em áreas afetadas não engravidem nos próximos anos.


Em fevereiro de 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçou o consenso que busca relacionar a zika à microcefalia, declarando a doença causada pelo vírus uma emergência de saúde pública internacional. A organização exigiu de Estados, cientistas e médicos uma resposta urgente para o problema e cobrou o aumento da vigilância em relação ao vírus, pois outra fonte de muitas preocupações está no fato da doença se propagar de “maneira explosiva”, podendo chegar à marca de 4 milhões de pessoas infectadas nas Américas.


Apesar da vinculação do vírus à microcefalia não ter sido constatada como uma verdade soberana sobre a zika, pesquisadores brasileiros confirmaram que o vírus pode passar da placenta para o feto. Na década de 1960, diante da epidemia de rubéola, que também atingia os fetos causando cegueira, surdez e outras más-formações, o aborto foi permitido nos Estados Unidos, mediante ao aval médico. Casos como este são citados como exemplos em artigos científicos e matérias de importantes jornais estrangeiros, que sinalizam para a necessidade de revisão das leis e ultrapassagem de costumes com base em evidências médicas. A OMS e a ONU defendem que países com surto de zika autorizem o aborto voluntário a gestantes infectadas. No Brasil, o aborto pode ocorrer legalmente em caso de fetos anencefálicos, quando a vida da mulher está em risco e em casos de estupro (por meio de provas médicas, policiais e jurídicas quanto à “veracidade do crime”). Um grupo composto por advogados, pesquisadores e ativistas – o mesmo que articulou a discussão acerca do aborto de fetos anencefálicos no Supremo Tribunal Federal, em 2012 – está produzindo uma ação no intuito de conseguir a autorização para o aborto legal em casos de microcefalia. Até lá, crescem as notificações de bebês com microcefalia abandonados por todo o país.


Não é a primeira vez que a OMS lança um alerta deste tipo, sinalizando também para os riscos de contaminação de populações em diversas partes do planeta. Assim ocorreu com o surto de ebola na África, em 2014 e, antes disso, em 2009, com a gripe H1N1, também chamada de gripe suína, provocada pelo vírus de mesmo nome resultante de uma combinação genética do vírus humano da gripe, o da gripe aviária e o da gripe suína.


Neste primeiro momento, diante da gravidade da zika, em decorrência de sua possível associação à má-formação de bebês e o seu alto risco de dispersão planetária, a comunidade científica, a indústria farmacêutica e as empresas de biotecnologias investem na busca de formas de identificação do vírus, por meio de testes que permitam rapidez e eficiência nos diagnósticos de indivíduos, de material sanguíneo doado para bancos de sangue, e na busca de uma vacina que permita imunizar as populações.


Uma dezena de iniciativas para a produção de vacinas já foi comunicada à OMS, inclusive a da francesa Sanofi, a primeira a obter licença para comercializar uma vacina contra dengue. Porém, um medicamento contra a zika requer no mínimo três anos para ser sintetizado. Em relação aos testes, empresas de biotecnologia, como a alemã Genekam, já começaram a ofertar procedimentos que dizem permitir a detecção do vírus.

o combate ao mosquito e as pessoas


Enquanto métodos de imunização não estão disponíveis, o principal meio para o controle da zika envolve o combate do seu principal vetor: o mosquito Aedes aegypti.


Ao contrário do que ocorreu no passado, o uso de inseticida deixou de ser a forma mais utilizada para exterminar o Aedes. No início dos anos 1950, o Brasil conseguiu erradicar o mosquito utilizando de forma generalizada toneladas de DDT. Os demais países da América do Sul não tiveram sucesso em combater o Aedes e o mosquito voltou a proliferar pelo território brasileiro. O uso do DDT teve um importante papel na emergência do movimento ambientalista nos Estados Unidos com a publicação do livro Silent Spring, de Rachel Carson, no qual a ambientalista alertou para o alto grau de envenenamento dos ecossistemas causado pelo DDT e apontou para os efeitos cancerígenos desta substância em seres humanos. Desde os anos 1970, o DDT foi banido em vários países. No Brasil, sua proibição ocorreu apenas em 2009.


No lugar do uso de inseticida, outros recursos passaram a ser empregados no combate ao Aedes aegypti. Desde o início da década de 2010, novas tecnologias são aplicadas no combate à dengue, que se tornou epidêmica no país. A mais recorrentemente utilizada é a promoção de campanhas que convocam a população para eliminar, a céu aberto ou dentro das casas, focos de acúmulo de água que podem servir para a reprodução da larva do mosquito. No último dia 19 de fevereiro, o Ministério da Saúde instituiu o Dia Nacional de combate ao Aedes aegypti como campanha para evitar a curva crescente de casos de dengue, chikungunya e zika no país. Neste dia de mobilização, além de preleções, as autoridades públicas se dispuseram a recolher garrafas pet e outros lixos jogados nas ruas que poderiam acumular água e servir como local de reprodução do mosquito. Foram abertos diversos canais de denúncia para a população informar à vigilância sanitária possíveis focos de reprodução do mosquito. Até mesmo o Exército, como em Pernambuco, tem sido requisitado para fazer visitas e entrar nas residências. Em outubro do ano passado, a prefeitura de São Paulo sancionou uma lei municipal que autoriza agentes sanitários a entrarem à força em imóveis particulares caso considerem necessário.


Há exemplos no país, como no caso do Estado de Goiás, do aproveitamento de programas de monitoramento de incêndios florestais que utilizam imagens de satélite para que a Secretaria de Saúde do Estado produza mapas em tempo real com o registro quadra a quadra dos focos de mosquitos em 246 municípios. Ainda para monitorar focos de Aedes aegypti, a prefeitura de São Paulo anunciou o uso de drones e do aplicativo para celular “Sem Dengue”, por meio do qual a população poderá enviar fotos e vídeos de possíveis focos do mosquito.


Outro aplicativo voltado para o monitoramento de áreas afetadas pela transmissão do mosquito é o “Guardiões da Saúde”, desenvolvido pela empresa Epitrack, de Recife. Os usuários que se cadastram no aplicativo podem informar, via celulares, os sintomas que sentem. A alta incidência de similares sintomas em uma mesma área indica um foco da epidemia e alerta a vigilância sanitária sobre a ocorrência.


A epidemia de dengue abriu as portas para a proliferação de programas de monitoramento e de incitação ao policiamento de cada um, do vizinho e de todos em nome da saúde da população. O alastramento da zika tende a instigar o uso destes programas, uma vez que uma provável epidemia pode estar associada a problemas de saúde mais graves do que os relacionados à dengue.


Deixando de lado apenas o ponto de vista local de contenção de uma epidemia, a zika situa como a sociedade de controle opera recorrendo a rastreamentos que vão do DNA de vírus e a trajetos de humanos e de outros seres, preocupada em prevenir riscos que possam ameaçar os fluxos planetários seguros.


O controle desse fluxo não altera as condições da saúde pública no país. A seu modo, dissemina a crença nos controles monitorados pessoa-a-pessoa e nos dispositivos eletrônicos. O alvo é a epidemia anunciada; ainda não são os ambientes fétidos e as condições de saúde das populações. Está em jogo a saúde do potencial capital humano e a variedade de interesses econômicos lucrativos, sob os respaldos científicos que zelam pela saúde dos produtivos. O princípio da precaução se esvai em retórica e o responsável pelo evento permanece sendo o cidadão, ou o aspirante a cidadão, tido como sujo, perigoso, empesteado que vive chafurdando o imenso lixo jamais reciclável.





 


O observatório ecopolítica é uma publicação quinzenal do nu-sol aberta a colaboradores. Resulta do Projeto Temático FAPESP – Ecopolítica: governamentalidade planetária, novas institucionalizações e resistências na sociedade de controle. Produz cartografias do governo do planeta a partir de quatro fluxos: meio ambiente, segurança, direitos e penalização a céu aberto. observa.ecopolitica@pucsp.br

 

 

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