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observatório ecopolítica

ano IV, n. 70, junho de 2020.

 

É preciso ir para as ruas!

 

1. A algaravia se instalou. O homem que senta no trono do palácio montado em seu cavalo e com ideia-fixa, vocifera, xinga, dá as costas, grita, e seus finos lábios desaparecem em sua boca devorados por sua ira.

 

2. Como o subalterno preferido dos seus superiores ele tem o respaldo das Forças Armadas para seus mandos e desmandos. Alguns as chamam de bombeiros da ocasião, metáfora equivocada. As Forças Armadas ampliam sua presença em cargos decisivos no executivo ao lado de seu dileto subalterno.

 

3. Os militares se dizem técnicos convocados para tarefas necessárias. Um modo dissimulado para justificar suas presenças governamentais e suas articulações com políticos no senado e na câmara, oferecendo cargos para um solidificar o bloco de governo que domine o congresso.

 

4. É apenas um novo modo de intervenção política com democracia. Não querem ser vistos como os “cabeças” do rearranjo “democrático” para o presente e o futuro como fizeram no passado. Dizem ser técnicos a serviço do presidente democraticamente eleito e da pátria.

 

5. As forças políticas os temem e eles as ameaçam. Afinal, passam os governos, mas fica o Estado. Todas as forças políticas pretendem ser governo um dia. Todo governo depende dos militares e das polícias.

 

6. Acreditar que os militares estão cumprindo apenas seu dever de defesa do Estado é permanecer prostrado.

 

7. Os fascistas entendem e apoiam a situação atual. Muitos empresários também. Milicianos, como sempre. Juristas, pelo hábito. Políticos oscilantes apegados aos cargos, assim como pastores e clérigos obstinados. Surfistas de mar e mídias e redes sociais digitais, de bancos e empreendedorismos, senhores e senhoras de todas as idades cuspindo vírus pela boca…

 

8. Os eleitores, convictos e de ocasião, do homem que senta no trono do palácio montado em seu cavalo e com ideia-fixa, todos eles e elas querem tocar pra fora das instituições do Estado de Direito quem não reza em sua cartilha. São democratas do seu credo.

 

9. E assim vão compondo sua toada fundada em procedimentos de uso e abuso de direitos, leis, fórmulas novas e velhacas de como ser em um governo democrático.

 

10. O guru Trump, nesta semana, chamou de vândalos todos aqueles que protestaram contra o frio assassinato de um negro por um policial. E mete polícia em cima deles.

 

11. O seu fantoche brasileiro já tem a palavra-chave para identificar quem sai às ruas para confrontar os marchadores beatos do governo que pedem o fim do STF e do Congresso. Estes lambe-botas servem ao homem que senta no trono do palácio montado em seu cavalo e com ideia-fixa, como massa de manobra e servos voluntários do projeto político voltado a redimensionar o Estado de Direito e a fomentar encenações democráticas de liberdade de expressão fascista.

 

12. Não há democracia que arruíne os fascistas. Deles, ela se serve de vez em quando. Eles, por vezes, se chamam alt-right, mas sempre são patriotas dispostos a matar. Para eles, não bastam forças armadas, polícias e milicianos. É a tropa dos soldados civis da pátria, armados até os dentes.

 

13. A situação planetária a partir do novo coronavírus e da Covid-19, pelas terras deste país, apenas escancarou o que já era visto pelas ruas e janelas pelos libertários.

 

14. A novidade fascista é a de manter as fachadas das instituições e faxinar os espaços para limpar o tanto que nelas sentam e não rezam o credo da manutenção e progresso deste estado das coisas.

 

15. Estampam os jornais: “Basta!” e “#Estamos juntos”. São dois manifestos: um de juristas e o outro de personalidades em defesa do Estado de Direito democrático. Mas quem está nas ruas?

 

16. O presidente da FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo), capitaneando os empresários deu um ultimato ao governador do estado, que apoiou o presidente eleito, e estava se apresentando no palco da política como oposição. Com a chamada epidemia em crescimento no estado, o governador disse sim e bolou uma tal de “retomada consciente” para reativar o comércio.

 

17. Muitos continuam trabalhando em home office com salários rebaixados… Muitos ainda aguardam a miserável parcela de 600 reais… Mas, o comércio é a vida visível da economia. Todos o sabemos. Pelos mares, nunca se viu tantos navios embarcados para circular as mercadorias. As estradas estão coalhadas de caminhões com produtos. A internet é muito utilizada para compras no varejo. Mas… falta o lado visível que é o comércio de ruas, avenidas e shoppings. Seu funcionamento é o atestado que a contaminação está sob controle e que a economia está viva. Está, estão?

 

18. Pelas ruas, não são poucos os (as) que andam sem máscaras, muitas vezes afrontando quem recomenda o uso. Literalmente, cagam e andam para recomendações sanitárias. Para a ciência, eles têm como resposta a bíblia e o messias.

 

19. E nada de vacina, por enquanto. Somente milhões de comprimidos de cloroquina produzidos pelos laboratórios da marinha e de empresários para o combate e a prevenção à Covid-19. Ensandecimento generalizado! Testagens ficaram para o mofo nas pesquisas. Falcatruas com a criação de hospitais de campanha e compras de respiradores começam a aparecer. Há sempre os que capitalizam com a morte anunciada e concretizada.

 

20. Mesmo nestes tempos obtusos não se deixa de noticiar as devastações acentuadas na Amazônia e na Mata Atlântica, o deboche da justiça, a miséria cultural expressa nos shows em lives, o descaso com a ciência, o crescimento do desemprego (que já vem desde 2019), do racismo…

 

21. Sustentabilidade é uma gestão de lucros das empresas, e estas não podem deixar de lucrar mais e mais, pois do lucro delas dependem os trabalhadores crentes na abertura de novos empregos e na manutenção do que já existe…

 

22. A saúde está nas mãos dos militares e ponto final com ou sem #. Para dar um basta nesta chamada “noite de terror” é preciso ir para as ruas! Será mesmo que os poderes da república não se “ausentarão”?

 

23. As forças de oposição ao governo do homem que senta no trono do palácio montado em seu cavalo e com ideia-fixa creem no cenário desta democracia. E parecem se acostumar às redes sociais digitais, assim como se afeiçoaram às convencionais mídias impressas e televisivas. Enxurrada de palavras para conscientizar quem?

 

24. Onde estão os empresários contra este governo? Os sindicalistas contra este governo? Os políticos partidários representantes no senado e no congresso? Estão MUDOS!!!! Ou quase mudos, para salvar a pele de um ou outro que esbraveja pelas mídias.

 

25. Todos que trabalham arduamente pela internet sabem que é possível dizer NÃO no Congresso. Mas eles preferem proferir arengas para não perder eleitores. E as lideranças políticas? Existem? Falta-lhes coragem!!!!

 

26. Enquanto isso a contaminação cresce, a pilha de cadáveres aumenta, a miséria na chamada pandemia fica mais escancarada e disponível às “solidariedades” s/a, dos ongueiros profissionais, dos próprios miseráveis com fome e infectados.

 

27. Basta de denúncias e de estar juntos na defesa. É preciso partir para o ataque!

 

28. O ministro da educação vai depor e fica calado, alegando respaldo constitucional. Depois do que disse, na reuniãozinha com seus consortes, sua omissão deve ser entendida, simplesmente, como “quem cala consente”.

 

29. O ministro da economia vai de posto ipiranga a posto ipiranga sem notar a paisagem em volta.

 

30. O ministro do meio ambiente, que quer passar a boiada, segue como boiadeiro motorizado.

 

31. Os ministros militares, nas reuniões fechadas de governo e publicamente, comportam-se como os manjados três macaquinhos.

 

32. O ministro do turismo quer a legalização dos cassinos em resorts integrados.

 

33. A Damares acusa tudo que não aprecia em seu reacionarismo juramentado de pastorinha como obra do satanás.

 

34. O homem que senta no trono do palácio montado em seu cavalo e com ideia-fixa, promete ao ministro da justiça e segurança pública evangélico uma terceira vaga no STF, caso alguém morra…

 

35. Estamos cientes de vários grupos que pretendem matar juízes do STF.

 

36. Estamos fartos de constatar como a polícia bate e mata, assim como agem os milicianos e demais ilegalismos que controlam favelas…

 

37. A democracia eleitoral e participativa estampa o “exercício-limite do resultado eleitoral democrático legítimo que situa a vitória das forças de direita acomodadas no Executivo e que governam como se tivessem um mandato da sociedade para realizar o que elas desejam. Amparadas em um suposto passe mágico que as colocam como proprietárias de uma verdade inquestionável, reformadoras imperativas da ordem e faxineiras ideológicas, estas forças pretendem transformar o leque [pluralista] em abano”. (Observatório Ecopolítica, ano III., n.46, março de 2019.)

 

38. O homem que senta no trono do palácio montado em seu cavalo e com ideia-fixa, vocifera, xinga, dá as costas, grita, e seus finos lábios desaparecem em sua boca devorados por sua ira. A algaravia se instalou.

 

39. É preciso ir para as ruas!

 

40. E as torcidas de futebol, no domingo, voltaram às ruas em São Paulo (Avenida Paulista), nos centros de Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba e Rio de Janeiro (Copacabana). Na Avenida Paulista, os torcedores deram de frente com provocações dos fascistas completadas com alguém empunhando uma bandeira ucraniana e uma senhora de seios fartos com um lenço no rosto estampado com a bandeira estadunidense e um taco de baseball nas mãos.

 

41. Resultado: a tropa de choque foi para cima dos torcedores enquanto a polícia conduzia gentilmente a senhora de seios fartos e taco de baseball nas mãos e os fascistas abriam sua faixa SOS Forças Armadas. Em nome do “bom cidadão”: bombas e morteiros contra os torcedores.

 

42. Polícia neutra? Mídia neutra pondo panos quentes? No sábado os fascistas acenderam tochas diante do STF espelhada na KuKlusKan (KKK). Para a polícia e a mídia a manifestação foi pacífica. A polícia tem lado sim. Ela é constitutiva e protetora das chamadas manifestações pacíficas, ou melhor, fascistas.

 

43. É preciso ir para as ruas!

 

44. O Brasil está em segundo lugar entre os países com maior número de infectados pelo novo coronavírus. E em tempo de flexibilização de quarentena… para atender empresários e o homem que senta…

 

45. É preciso ir para as ruas!

 

46. …

 

No país de avestruzes

 

1. É preciso ir para as ruas no país do homem que senta no trono do palácio montado em seu cavalo e com ideia-fixa.

 

2. As manifestações, mesmo consideradas diminutas pelas mídias empresariais, mostraram aos “sensatos” que as ruas não são monopólio do séquito do governo federal.

 

3. No último domingo, o homem que senta no trono do palácio montado em seu cavalo e com ideia-fixa, não apareceu para o seu espetáculo de final se semana. Compareceu ao local um ministro militar para cumprimentar a polícia.

 

4. A pecha de vândalos, maconheiros e marginais que relaciona associar os jovens manifestantes contrários ao governo federal veio do homem que senta no trono do palácio montado em seu cavalo e com ideia-fixa, e se alastrou entre políticos do congresso, lideranças políticas de esquerda, militares da reserva, delegados de segurança pública, empresários e o contingente abúlico e covarde, que insiste em abrir suas faixas pedindo intervenção militar.

 

5. Constatamos estar no país dos avestruzes. Querem enfiar a cabeça na terra ou enfiar as dos outros.

 

6. E tem ainda aquele conjunto de sanitaristas cidadãos de bem que recomendam não ir à manifestação porque isso aumenta os riscos de contágios pelo novo coronavírus. Ao mesmo tempo, rasgam elogios aos manifestantes estadunidenses que protestam contra o assassinato de um negro pela polícia.

 

7. Durante a semana, um pouco mais de uma dezena de manifestos de oficiais da reserva das Forças Armadas apoiaram o governo e suas acusações ao STF e ao Congresso.

 

8. Mas isso foi somente mais um apreço em função da ocupação gradativa dos militares em ministérios, secretarias e órgãos no governo do Estado.

 

9. Os bons cidadãos querem que todos fiquem em casa e que no máximo batam panelas, estendam panos brancos nas janelas, buzinem carros, motos e bicicletas para externar seus protestos. Os partidos de esquerda recomendam ficar ao largo. A pressão subiu contra os manifestantes.

 

10. E, em São Paulo, a manifestação de domingo foi deslocada para o Largo da Batata porque os seguidores do homem que senta no trono do palácio montado em seu cavalo e com ideia-fixa, têm o monopólio da Avenida Paulista. Em tempo: todos os domingos a avenida fica aberta somente a pedestres para passeios. A facção que ocupa o espaço em frente à FIESP é reconhecida pelas autoridades como monopolistas da avenida.

 

11. Mesmo assim um pequeno grupo ocupou a Avenida Paulista no início da tarde em manifestação antifascista.

 

12. Democratas de torcidas de futebol, frente de povo e antirracistas ficaram pelo Largo de Pinheiros.

 

13. Terminada a manifestação, um contingente seguiu pela rua dos Pinheiros saudado pelos habitantes e ao som de bate-panelas. Polícia e o Choque se posicionaram para enfrentar os manifestantes. Por mais de uma hora tudo parou. De repente, a polícia partiu para cima. Os habitantes dos prédios saudaram os manifestantes atirando na polícia objetos, restos de comida, ovos e lixo. Fizeram o que acharam ser de bem.

 

14. Afinal, se já não havia o reduzidíssimo grupelho bolsonarista na Avenida Paulista, porque não finalizar lá manifestação? Um delegado de segurança declarou que estes que ficaram eram os vândalos de sempre. Não demorou muito para que as bombas fossem lançadas…

 

15. Quando a polícia atira bombas, os manifestantes atiram o que vem à mão. Dizem ser justo levar bombas nas costas, mas não alvejar policiais com pedras. O povo dos edifícios também tiraram suas conclusões sobre o evento. Meteram lixo, ovos, objetos contra a polícia. O governador de São Paulo e o do governo federal chamam essas pessoas de vândalos. E diz que não eram manifestantes. São o quê?

 

16. A Justiça decidiu ao requerente, a Fazenda Pública de São Paulo, pelo Processo Digital 1000553.30.20.8.26.0228. Cita “a lei das leis” (art 5º. Inciso XVI) que nada impede reuniões pacíficas, “independentemente de autorização”, desde que não frustre outra agendada para o mesmo local. Mas ele impede mais de uma manifestação (citando diversos grupos) que se encontrem no mesmo local, na mesma data, por serem antagônicos (e provavelmente se enfrentarem no corpo-a-corpo).

 

17. Foi o toque de classe para que os avestruzes metessem seus pescoços no solo para roncarem suas frases lapidares e análises seguras.

 

18. Enquanto isso, por decisão do homem que senta no trono do palácio montado em seu cavalo e com ideia-fixa, não se noticiariam mais estatísticas que não fossem as por ele autorizadas a seu ministro militar da saúde. O vice saiu falando que voltaram atrás na decisão; para ele, não havia porque contestar; bastava apenas fazer a conta de somar… Eis um vice pedagógico!!!!

 

19. O Brasil é o segundo do planeta em contaminações e em mortos. A contaminação não está controlada.

 

20. Mas os governadores e prefeitos liberaram vários setores do comércio e de serviços… A OAB-SP anuncia um Movimento Democracia Sempre como observatório e apoio responsável ao governador e ao prefeito.

 

21. Aumentam as assinaturas aos documentos de personalidades e juristas. Isto para fortalecer a democracia para que, “depois” que tudo isso “passar”, ou seja, depois do controle da Covid-19, algo ocorra.

 

22. Mas algumas personalidades políticas se manifestam sugerindo uma “frente ampla” contrária a atual situação de impasses e riscos para a democracia.

 

23. Os representantes políticos no Congresso estão mudos ou proferindo suas frases preparadas por seus assessores.

 

24. Os manifestantes da ordem ficaram mudos, reduzidos. Mas prepotentes pedem golpe em cada faixa que erguem. Para a polícia e mídias isso não é uma conduta de vândalos contra a democracia?

 

25. Todos e todas se acostumaram a dizer que vândalos são os outros… Os que não cerram fileiras nos partidos e nos movimentos aceitos também estão se acostumando em lançar mão desta pecha para colocar esses contingentes no ostracismo.

 

26. Até um ministro do STF já diz que a democracia é resiliente. Em tempo: para eles, democracia é o que existe hoje em dia. Nada além. Coisa de jurista!

 

27. Disputa por prestígios: até a Lancet explicitou que nesta era de protagonismos as conclusões da pesquisa que divulgou decorriam de problemas metodológicos sérios… E, assim, já se fala menos dos constatados efeitos colaterais da cloroquina e hidroxicloroquina, conhecidos antes da chamada epidemia.

 

28. Certo empresário, que se preparava para ocupar cargo no Ministério da Saúde, declarou: “Se um pai de família é diagnosticado, quando volta para sua casa também recomendamos tratamento profilático para esposa, sogra, filhos, quem estiver no núcleo familiar. Profilaticamente falando, já recomendamos sob orientação médica”. Deu em nada. Ele caiu antes de sentar. Caiu ou esquenta o lugar na fila de substituto de qualquer ministro? Ele é a expressão do empresário ativo e emergente colado ao governo, com ou sem vestimentas com alegorias e adereços.

 

29. Trump foi obrigado a recusar cloroquina e hidroxicloroquina. Meteu bronca contra a China e saiu da OMS. Seu fantoche nacional declara que “pensa” sair da OMS. A situação de controle do novo coronavírus parece estar fora de controle, presa a disputas ideológicas inócuas.

 

30. Afinal, quando o novo coronavírus chegou ao país, isso ocorreu pelos segmentos mais abastados da população. Vários controles foram acionados aos poucos até serem reduzidos a máscaras, testes esporádicos e agora cloroquina…

 

31. Quando a chamada pandemia chega embaixo, o interesse é cada vez menor pela vida e maior pela política.

 

32. Está no top do dia enaltecer o SUS. E como vai o atendimento dos doentes que precisam do SUS? Quase parado. Só os quem têm o seguro privado são capazes de proferir uma estultice tamanha. Profissionais da saúde em São Paulo, no domingo pela manhã, protestaram veementemente sobre as suas condições de trabalho para cuidar de vidas.

 

33. É preciso sair às ruas, arranjar um guindaste para arrancar os pescoços de avestruzes do solo, antes que seja colocado o concreto.

 

34. É preciso sair às ruas para explicitar que grande parte da população já está intimada a sair às ruas para o trabalho, ou tentar arranjar trabalho, com salários rebaixados.

 

35. Governadores, prefeitos e representantes políticos devem a quem financiou sua eleição. É preciso sair às ruas.

 

36. A continuar assim, algum juiz sensato devidamente apoiado por autoridades e analistas sensatos, recomendará em nome da pacificação democrática, que os movimentos se apresentem no sambódromo.

 

37. Quem sabe, no carro alegórico de abertura de um dos desfiles dos manifestantes, estejam os cadáveres anônimos que morrem dia e noite. Antes de miséria, falta de saneamento, desleixo com as habitações, enredados no tráfico, com milícias e polícias. Hoje, além de tudo isso, como defuntos menosprezados até nas estatísticas oficiais.

 

8. É preciso ir para as ruas. Mais do que torcidas e minúsculas frentes, que desçam os habitantes dos edifícios e que os policiais arranjem outra profissão. É muito sacana pobre bater, espancar e matar pobres diferentes pelo uso de um uniforme-escudo.

 

39. Os manifestantes encontrarão outros meios para que não sejam mais estigmatizados como vândalos? Os movimentos de contestação educam para táticas mais interessantes e inventivas. Não se deixar pegar pelo lado fácil. Quem contesta já está num percurso inédito.

 

40. …

 





 


O observatório ecopolítica é uma publicação quinzenal do nu-sol aberta a colaboradores. Resulta do Projeto Temático FAPESP – Ecopolítica: governamentalidade planetária, novas institucionalizações e resistências na sociedade de controle. Produz cartografias do governo do planeta a partir de quatro fluxos: meio ambiente, segurança, direitos e penalização a céu aberto. observa.ecopolitica@pucsp.br

 

 

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