Resumo: A produção científica e a propaganda sobre aleitamento materno veiculadas no Brasil, do século XIX em diante, apresentam-no fortemente atrelada à valoração do comportamento materno. Para reforçar a necessidade do aleitamento natural foram veiculadas, por higienistas, representações que reforçavam a vocação e santidade da tarefa materna a ponto de se configurar uma ideologia que equipara a nutriz à mãe que é “boa” e adequada. Analisa-se como se deu no Brasil esta construção ideológica, o quanto ficou obliterada no período de 1920 a 1970 aproximadamente, devido ao uso generalizado do aleitamento artificial, e seu ressurgimento na década de 70 do século XX. Propõe-se que o aleitamento materno seja estimulado pelos profissionais da área de saúde de modo não ideológico, e sim, humanista e ético.
PALAVRAS-CHAVE: Aleitamento materno; Aleitamento artificial; Ideologia; Promoção da saúde.