Resumo: A queda das fronteiras clássicas de comunicação entre os homens, concomitantemente ao aparecimento de novos fundamentalismos, obrigam-nos a rever o conceito de comunidade e de seus correlatos éticos, como a relação entre felicidade universal e pessoal e entre direito à igualdade e à diferença, para enfrentar a manipulação demagógica da comunidade como estratégia separatista tanto no discurso contra o individualismo como no contra a globalização homogeneizadora. Tal manipulação é referendada pela associação do conceito de comunidade à idéia de identidade, a qual é enaltecida na globalização como fundamento das organizações comunitárias e nacionais. Objetiva-se analisar essa associação, alertando ao risco da lógica identitária alimenta o viés fundamentalista da práxis da Psicologia Social Comunitária. Para superá-lo, propõe-se a idéia de comunidade como “bons encontros” e de identidade como “crioulidade”.