Direito à moradia: uma questão para a psicologia social?. 2016. 90 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia)
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

 

Resumo: Esta dissertação é o resultado de uma pesquisa desenvolvida em uma organização não governamental, Acer Brasil, situada em Diadema, São Paulo. Seu objetivo é refletir sobre a relação entre educadores e educandos do serviço de atenção à violência com o foco na afetividade que a qualifica. Utiliza a análise de documentos e entrevistas/supervisões com profissionais do atendimento e usuários do serviço. A análise foi feita sob a luz das teorias da Psicologia Social Sócio Histórica, bem como a filosofia de Baruch de Espinosa (1632 - 1677) e a obra do autor russo Lev S. Vigotski (1896 - 1934). Considerando a relação de violência enquanto encontros mediados por idéias imaginárias e que idéias, emoção e imaginação são indissociáveis, buscouse priorizar a afetividade na análise da relação educador/educando. As condições materiais de existência e o educador se revelaram fundamentais aspectos de mediação desse processo. Nesse sentido a pesquisa levanta dimensões importantes na configuração do processo sócio-educativo como um bom encontro espinosano . Aspectos como a confiança, identificação, amizade, desejo de liberdade e o sentimento de comum (com paixão, com-partilhar sentidos, afetos e atividade) apresentaram-se através sentidos dos participantes, como fundamentais à construção da relação. A pesquisa também alerta para a importância da clareza do papel do educador enquanto facilitador dessas relações e o risco que a proximidade oferece quando esse papel é sobreposto por afetos confusos o que colocaria ambos na mesma rede de paixões, paralisando o desenvolvimento.

Palavras Chaves: Direito à moradia, Dialética exclusão/inclusão social, Favela, Vivência