Resumo:
A presente pesquisa tem como objetivo analisar a prática do psicólogo nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) em sua implicação com a subjetividade como dimensão de ação da Política de Assistência Social. Trata-se de um estudo qualitativo desenvolvido a partir do referencial teórico-metodológico da Psicologia Social crítica, de base materialista histórica dialética. Para tanto, foram entrevistados (entrevista semi-dirigida) três psicólogos, servidores públicos municipais, trabalhadores do CRAS, há, no mínimo, seis meses. A partir dos relatos produzidos com as entrevistas foram levantadas as unidades de sentido de cada sujeito. Essas foram confrontadas tendo como referência as normatizações da Assistência Social e os pressupostos da Psicologia Social Crítica, em diálogo com as pesquisas já desenvolvidas pelo NEXIN com uma temática próxima à desta. Nesse processo destacam-se a importância atribuída aos conhecimentos e práticas desenvolvidas pelo Serviço Social ao atendimento cotidiano às demandas da população, a importância do grupo como unidade de trabalho privilegiada e a finalidade atribuída pelo psicólogo para sua prática profissional neste espaço sócio-ocupacional. Os resultados apontam para o caráter processual da construção de um lugar próprio da Psicologia na Assistência Social e as dificuldades encontradas de ordem política, de formação e de organização do trabalho, na consecução dos objetivos da proteção social básica. Essa construção é atravessada pelas contradições que determinam a Assistência Social como área da política pública, entendida no movimento de produção e reprodução da vida social, e da constituição histórica da Psicologia como área do conhecimento e prática profissional.
Palavras Chaves: Psicologia e assistência social, Subjetividade e assistência social,Projeto ético-político do psicólogo.