Resumo: Este trabalho está estruturado em uma pesquisa teórica que procura analisar a possibilidade de liberdade e de felicidade na racionalidade do trabalho no capitalismo tardio. A base teórica que o sustenta é a Teoria Crítica da Sociedade, vinculada à Escola de Frankfurt e representada por Max Horkheimer, Theodor Adorno e Herbert Marcuse, em diálogo com outros referenciais teóricos que auxiliam a aprofundar o debate. Para os autores da Teoria Crítica, a liberdade e a felicidade só podem ser concebidas na vinculação do indivíduo com a sociedade. Por isso, nesta tese são problematizadas as contribuições de Marx e Freud, autores que levam em conta essa relação e indicam que o trabalho deve ser questionado como categoria central para a formação dos homens, por produzir o sofrimento, a dominação e a fragilidade do Ego. A partir da discussão das concepções de liberdade e de felicidade, em organizações diferenciadas, e de suas articulações com a racionalidade do trabalho, são desenvolvidas bases para a análise dessas duas dimensões na atualidade. Em seguida, discute-se a configuração da racionalidade do trabalho na sociedade contemporânea, que se alastra por vários âmbitos sociais, determinando modos educacionais e o tempo livre. Essa racionalidade é contraditória, pois enfatiza a formação de um trabalhador-cidadão portador de competências que enaltecem a individualidade e a potencialidade de ser autônomo e livre para buscar o bem-estar e a felicidade, mas que, no entanto apresenta uma heteronomia avassaladora. Paralelamente ao enaltecimento da emancipação, instala-se a apatia, a alegria fortuita, o sacrifício, o medo e a falta de prazer no indivíduo. A semiformação, ampliada pela indústria cultural, auxilia a propagação dessa lógica quando forma um indivíduo frágil, receptivo e funcionalmente reprodutor da racionalidade do trabalho que, embora apresente contradições mais agudas e claras, não são refletidas. A combinação de condições objetivas e subjetivas favorece a formação de uma subjetividade massificada, instrumental e reificada que não oferece resistência à ordem estabelecida e ainda é objeto de concordância, de propagação e de concretização de novos mecanismos de sujeição. A resistência envolve a análise dessa formação no interior das condições objetivas que a determinaram, o reconhecimento do que dificulta a realização da liberdade e da felicidade e a preparação do indivíduo para a reflexão.
Palavras Chaves: Centros de tecnologia assistiva, Tecnologia aplicada a corpos, Exclusao/inclusao social.