Ligações perigosas e alianças insurgentes: subjetividades e movimentos urbanos (Doutorado em Psicologia)
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

 

Resumo: Esta tese tem por objetivo disponibilizar algumas contribuições à problematização das resistências, nos movimentos urbanos, em nosso presente. Consideramos que as resistências têm sido abordadas predominantemente nos termos da racionalidade política - marcada pelo poder, pela consciência e pela liberdade. Propondo pensá-las na perspectiva da produção de subjetividades, destacamos, nessa produção, a relevância da atuação dos trabalhadores sociais, o que sugeriu a análise das práticas e de seus efeitos na constituição do "popular". Sem a intenção de esgotar a anunciada temática, e acolhendo a idéia do rastreamento de lutas específicas, construímos nosso campo de intervenção e de pesquisa através da participação, durante quatro anos, num projeto de formação de lideranças. O projeto envolveu pessoas, grupos, organizações populares e organizações não-governamentais, atuantes no bairro de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro. No curso da pesquisa-intervenção, elegemos algumas tensões que se atualizaram no encontro entre as exigências teórico-conceituais, os temas que se mostraram mais pregnantes e situações analisadoras, definindo linhas de problematização para o trabalho de tese. A composição de nosso campo de análise se fez com as contribuições dos estudos da subjetividade sustentados na micropolítica do desejo, na microfísica do poder e da singularidade do movimento institucionalista latinoamericano. Entendo que as interferências na ordem do capital exige a aproximação do que denominamos de instalações neoliberais, delas extraímos a experiência e a criação como achados preciosos que podem acessar, nas suas ligações, a insurgência.

Palavras Chaves: Subjetividade, Movimentos, sociais urbanos, Pesquisa-intervenção.