Resumo:Resumo: Esta tese inscreve-se no âmbito das reflexões que focalizam as relações entre subjetividade e sociabilidade. A articulação entre estes dois planos foi construlda a partir do estudo dos sentimentos, focalizando a vergonha. Este é um sentimento intrínseco ao ser humano, revelador da relação do homem com o mundo social.A vergonha, eriraizada na moralidade social, nasce, entretanto, sob o olhar do "outro". A vergonha constitui uma mediação afetiva do processo de transmissão do mundo social. Este processo foi investigado, neste estudo, através das relações entre as gerações, tendo em vista recuperar o tecido social, sem o qual não é posslvel examinar as repetições e transformações do sentimento da vergonha. O campo das relações intergeracionais se apresenta como um meio fecundo para analisar as mudanças na subjetividade. A vergonha foi estudada em três gerações dos setores considerados mais modernizados das camadas médias da cidade de São Paulo. Foram utilizadas técnicas qualitativas para o levantamento de dados, sobretudo depoimentos individuais e atividades em grupo. Nessa perspectiva foi posslvel observar que a vergonha incide, fundamentalmente na esfera da intimidade. Assim, as mudanças mais significativas deste sentimento e, também, suas repetições são observadas nos domlniosdo corpoe da sexualidade. No âmbito intimo, esse sentimento de um lado recobre as fronteiras do "eu", mas, de outro, revela seus fracassos e suas imperfeições. Na mediação entre o público e o privado, a vergonha emerge como a dimensão afetiva dos valores referentes à subalternidade, não regulando as relações que são tipicas da esfera pública.
Palavras Chaves: : Pudor, Vergonha, Moralidade social, Sentimentos, Subjetividade e sociabilidade