Edith
Stenzler Frankenthal
edithf@terra.com.br
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP
PEIRCE E OS PROBLEMAS COTIDIANOS DE SEU TEMPO
RESUMO
Parece inquestionável que o que elevou Peirce ao lugar de proeminência
em que ele se encontra na história do pensamento humano foi a acuidade
de seu instinto, no sentido que ele próprio instaurou, o de sintonia,
afinidade com a Natureza, que Galileu chamou de il lume naturale.
Sua filosofia se traça de tal forma que delineia o caminho para o
real geral. É inusual, nas pesquisas do meio acadêmico, procurar
nele um pensador do cotidiano, ou seja, alguém que interpreta signos
sociais, políticos e econômicos vigentes, diretamente relacionados
às pessoas comuns e a circunstâncias temporais. Neste trabalho,
encontram-se relatos de três textos, lamentavelmente pertinentes também
aos dias de hoje, que põem em foco essa sua faceta. No primeiro,
claramente baseado em suas ciências normativas, principalmente na
estética e na ética, ele desenvolve sua apreciação
sobre o bloqueio sentimental a que os homens são conduzidos; no segundo,
ele acusa os economistas de supervalorizarem o dinheiro, em detrimento de
forças criativas mais auspiciosas; no terceiro, ele escreve ao editor
de um jornal, pedindo esclarecimentos sobre notícias referentes à
importação de açúcar, que remete para a política
econômica externa e interna americana. Em se tratando de Peirce, não
é de admirar que os conteúdos significativos dos três
textos se relacionam entre si, nem que, deles, a interpretação
pode ser tão diversa que chega a ser indefinida. A interpretação,
no entanto, já cabe ao leitor.
PALAVRAS-CHAVE:
Bloqueio Sentimental, Supervalorização do Dinheiro, Política
Econômica.
Centro de Estudos do Pragmatismo
Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia
Departamento de Filosofia
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo