7º Encontro Internacional sobre o Pragmatismo - Página inicial

8 a 11 de novembro de 2004

Malcom Guimarães Rodrigues
malcomtatu@hotmail.com
UNESP

TEORIA DE AUTO-ORGANIZAÇÃO, AUTO-ENGANO E FILOSOFIA DA AÇÃO

RESUMO
Nosso objetivo é uma análise do auto-engano, tal como definido por Arruda (1998), à luz da Teoria da Auto-Organização (TAO), de Debrun (1998). A escolha daquela definição justifica-se por uma pretensão nossa de um enfoque no plano das ações. Esta pretensão se baseia na rejeição de uma abordagem que, ao postular uma realidade irredutivelmente subjetiva, a "realidade mental", relega a um suposto sujeito "transcendental" uma forma de acesso privilegiado aos seus estados mentais. Vez ou outra esta abordagem faz de alguma forma de introspecção seu método de estudo. Nós, ao contrário, partimos do auto-engano porquanto este é, naquela definição, caracterizado como conduta. O sujeito auto-enganador é aquele que tem dúvidas (inconfessas) sobre o que está afirmando, de modo que o fato de ignorar tais dúvidas através de afirmações (ou seja, ações) é o que caracteriza como um auto-enganador. Nossa hipótese é a de que a ocorrência dessas dúvidas possa ser explicada através da noção de sujeito que a TAO nos sugere. Segundo esta teoria, o indivíduo pode não ser um centro controlador, em determinados momentos de sua interação com o meio, no processo pelo qual sua "história pessoal" vai se construindo. Se esta "história pessoal" tem um papel relevante nas ações do sujeito, e se este não tem pleno controle sobre a mesma, vemos a possibilidade de, sob circunstâncias específicas, o sujeito não estar seguro de (ou não controlar) parte de suas afirmações. Estas "circunstâncias especificas" são aquelas que podem propiciar o auto-engano.

PALAVRAS-CHAVE: Auto-engano, Auto-organização, Filosofia da Ação.


Centro de Estudos do Pragmatismo
Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia
Departamento de Filosofia
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

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