Maria
Ângela de Ambrosis Pinheiro Machado
ambrosis@terra.com.br
PUC - SP
AS CATEGORIAS FENOMENOLÓGICAS DE PEIRCE: UMA LANTERNA SOBRE A EXPERIÊNCIA NO PROCESSO DE CRIAÇÃO ARTÍSTICO DO CLOWN
RESUMO
Esta comunicação apresenta o uso das categorias fenomenológicas
de Charles Sanders Peirce como uma ferramenta adequada para ampliar a compreensão
da experiência no processo da criação artística
do clown. O clown caracteriza-se pelo seu modo ingênuo,
frágil e alegre como qualidades de estar no mundo. Estas qualidades
repercutem, por sua vez, no seu modo agir, caracterizado pelo jogo, espontaneidade
e afetividade na interação com o ambiente. É neste
processo de experimentação que a linguagem se constitui. Como
linguagem, o clown se manifesta como algum modo de compreensão e
relação com o mundo, sintetizando, portanto, experiências
humanas. A que experiências humanas o clown se refere? Nesta perspectiva,
busca-se descrever e compreender esta experiência a luz das categorias
fenomenológicas de Charles Sanders Peirce. O clown configura-se
no desenvolvimento de um estado de presença (primeiridade) e sua
relação com o mundo prima por seu caráter sempre surpreendente
dos acontecimentos a volta, portanto, reação (segundidade),
encarando-os sempre como se fosse pela primeira vez. A ação
do ator nestas condições acaba por conformar as características
próprias dessa linguagem (terceiridade). Este personagem se caracteriza
pelo seu modo de estar no mundo, conformando um estado de percepção
diferenciado e, por meio da experimentação, o ator desenvolve
suas possibilidades de ação clownesca.
Este trabalho é parte da dissertação de mestrado defendida
em 2000 na PUC-SP.
PALAVRAS-CHAVE:
Categorias Fenomenológicas, Clown, Processo de Criação
Centro de Estudos do Pragmatismo
Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia
Departamento de Filosofia
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo