Maria
de Lourdes Bacha
mlbacha@ig.com.br
Universidade Mackenzie
REALISMO E PRAGMATICISMO: O PAPEL DOS WOULD BE'S NA JUSTIFICATIVA DA INDUÇÃO NA OBRA DE PEIRCE
RESUMO
Este artigo tem como objetivo discutir o papel dos "would-be's"
na justificativa da indução na obra de Peirce. A hipótese
defendida se refere à relação entre pragmaticismo e
realismo, ou seja, o significado da própria realidade consiste naquilo
que seria (would be), sob condições concebíveis. Na
fase madura da obra peirceana, conseqüências práticas
passam a ser os "would-be's", condicionais, que se referem às
probabilidades e às atualidades. Estes condicionais têm a forma
"se um experimento E for realizado em circunstâncias C, o resultado
observável seria R" e são fundamentais para a validação
da indução. A realidade dos gerais é a realidade dos
"would-be's", isto é, afirmar que uma lei positivamente
existe é afirmar que ela operará, com referência ao
futuro, mesmo que apenas de modo condicional. Toda a lógica da indução
está contida naquilo que Peirce entende por verificação
experimental. Peirce, relaciona o "would-be" a longo prazo com
a noção de hábito e o caráter essencial da indução
é que ela infere o "would-be" dos singulares concretos.
Ao estabelecer uma relação necessária entre o particular
e o geral, que é a base do pragmatismo, este traduz, implicitamente,
a condição de possibilidade do argumento indutivo.
PALAVRAS-CHAVE:
Realismo, Pragmatismo, Indução, "Would-be's"
Centro de Estudos do Pragmatismo
Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia
Departamento de Filosofia
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo