7º Encontro Internacional sobre o Pragmatismo - Página inicial

8 a 11 de novembro de 2004

Mônica Bernardo Schettini
monicas@estadao.com.br

POE, PEIRCE E O PRAGMATISMO

RESUMO
Edgar Allan Poe inicia um de seus mais célebres contos, "Os Crimes da rua Morgue", afirmando que as condições mentais consideradas analíticas, são, na verdade, dificilmente analisáveis. E que nós as apreciamos somente através de seus efeitos. Aquilo que o autor chama de faculdade analítica apresenta uma correspondência fundamental com o modelo de raciocínio abdutivo. Nos dois casos temos um movimento dos efeitos para as causas, dos fatos para uma teoria explicativa. E, da mesma forma que Peirce liga o pragmatismo à abdução, Poe parece incluir uma visão pragmática na faculdade analítica. Ao propor que qualquer hipótese pode ser admissível, na ausência de quaisquer razões em contrário, na medida em que possa ser verificada experimentalmente, ou seja, que apresente conseqüências práticas, Peirce atrela uma hipótese aos seus efeitos, conectando o pragmatismo à adoção de uma hipótese. Poe parece pensar de modo similar ao afirmar que a faculdade analítica é mais bem apreendida através de seus efeitos. Nos dois casos nota-se uma preocupação comum com as conseqüências experienciais. Não se pretende, contudo, igualar os pragmatismos de Poe e Peirce, principalmente se considerarmos a "Filosofia da Composição" poeana, ensaio em que o autor afirma que os conceitos devem ser criados para gerar determinados efeitos, ao passo que dentro da perspectiva peirceana, o entendimento correto de um conceito envolve todos os seus possíveis efeitos. Se a perspectiva dos dois autores não é de todo igualável, também não se pode deixar de notar uma acentuada proximidade a ser explorada ao longo desta comunicação.

PALAVRAS-CHAVE: Poe, Peirce, Pragmatismo


Centro de Estudos do Pragmatismo
Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia
Departamento de Filosofia
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

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