Pablo
Gabriel Ferreira
pablorjferreira@hotmail.com
UFRJ
CAUSALIDADE: PRAGMATISMO E ONTOLOGIA
RESUMO
O reducionismo, no contexto do debate em torno do problema da causalidade
mental, não é pouco apreciado entre os filósofos. Muitos
acreditam que os poderes causais das propriedades mentais são redutíveis
aos poderes causais das propriedades físicas subjacentes. Por outro
lado, há quem defenda a tese segundo a qual as propriedades mentais
possuem uma eficácia causal ineliminável. Dentre os que advogam
tal tese, temos Lynne Baker e Tyler Burge. Estes autores lançam mão
de um argumento pragmático no sentido de demonstrar a indispensabilidade
causal das propriedades psicológicas; segundo eles, a discussão
em torno da causalidade mental não deve partir de considerações
ontológicas, mas das nossas práticas científicas. Portanto,
se a psicologia usa conceitos intencionais para explicar o comportamento,
então temos o bastante para atribuir relevância causal às
propriedades tipicamente mentais. Por outro lado, Kim chama a atenção
para o fato de que este argumento não deixa de ser um argumento metafísico,
e que ele não responde ao problema. Segundo Kim, a questão
não é saber se as propriedades mentais são causais,
mas como as propriedades mentais são causais. O objetivo do trabalho,
pois, consistirá em mostrar que o argumento pragmático proposto
por Baker e Burge não é incompatível com a perspectiva
ontológica reivindicada por Kim. Procuraremos mostrar que o máximo
que o argumento pragmático pode fazer é apontar para a existência
de uma relação causal.
PALAVRAS-CHAVE:
Filosofia da Mente, Causalidade, Pragmatismo.
Centro de Estudos do Pragmatismo
Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia
Departamento de Filosofia
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo