João
Queiroz1,2 & Charbel Niño El-Hani2
queirozj@dca.fee.unicamp.br
charbel@ufba.br
1. UNICAMP
2. UFBA
DEFININDO SEMIOSE COMO PROCESSO EMERGENTE
RESUMO
Nosso propósito, nesse trabalho, é discutir em que sentido
a semiose pode ser caracterizada como um processo 'emergente' em sistemas
semióticos. Este problema foi formulado no âmbito de trabalhos
que recentemente realizamos sobre modelagem e simulação computacional
de processos semióticos, e em virtude do largo emprego da noção
de emergência em ciências da complexidade. Contudo, o significado
preciso dos termos 'emergência', 'emergente' etc. é raramente
discutido. É, entretanto, fundamental atribuir um significado preciso
ao conceito de emergência, e a noções derivadas, sempre
que ele for aplicado a um domínio de fenômenos ou teorias.
Este é o objetivo deste trabalho. Não pretendemos aqui responder
quando ou como a semiose emergiu, em termos evolutivos. Ao invés
disso, estamos interessados em discutir as condições que precisam
ser satisfeitas para que a semiose possa ser caracterizada como um processo
emergente. A solução deste problema é, em nossa visão,
um requisito para a formulação precisa do problema da emergência
da semiose em termos evolutivos, tópico de investigação
da cosmologia evolucionária de C.S.Peirce. Inicialmente, sumarizaremos
a análise da variedade de teorias da emergência elaborada por
A. Stephan (1999 Emergenz: Von der Unvorhersagbarkeit zur Selbstorganisation,
Dresden University Press). No curso da apresentação desta
análise, formularemos questões fundamentais, que devem ser
respondidas de modo a tornar preciso o significado da noção
de emergência no domínio dos fenômenos semióticos.
PALAVRAS-CHAVE:
Semiose, Emergência, C.S.Peirce.
Centro de Estudos do Pragmatismo
Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia
Departamento de Filosofia
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo