Rosana
van Langendonck
rolang@terra.com.br
PUC-SP
A PROPOSTA COSMOLÓGICA DE CHARLES SANDERS PEIRCE NO PROCESSO COREOGRÁFICO DE MERCE CUNNINGHAM
RESUMO
Ao observar o modo de construir dança do coreógrafo americano
Merce Cunningham, um dos precursores da dança pós-moderna
no ocidente, surge a proposta sobre uma leitura de sua obra à luz
da filosofia científica de Charles Sanders Peirce (1837-1914) particularmente
por sua Cosmologia.
No transcorrer deste trabalho, tentaremos demonstrar: que Cunningham constrói,
em seu processo criativo, uma Cosmologia; que sua criação
se desenvolve em consonância com os movimentos criativos do Universo,
e que o coreógrafo traz para a dança o modo de operar da Natureza
e do Cosmos.
Cunningham defende a independência entre as artes componentes de um
espetáculo de dança; música, dança e cenário
são construídos separadamente, apenas acontecendo no mesmo
tempo/espaço. Pretendemos mostrar a existência de uma estrutura
de pensamento que molda essa dança e as artes correlatas a seu espetáculo,
pois é dentro dessa estrutura que, mediante acordos, as diferentes
artes atuam independentemente e aparecem conformadas no palco.
As operações de acaso que Cunningham introduz em seu fazer
coreográfico trazem para a cena a ludicidade do processo. Nesse trabalho
serão analisados os aspectos de temporalidade, generalidade e aleatoriedade
com base nos conceitos metafísicos peirceanos de tempo, lei e acaso.
PALAVRAS-CHAVE:
Cosmologia, Semiótica, Dança.
Centro de Estudos do Pragmatismo
Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia
Departamento de Filosofia
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo