Sérgio
da Costa Oliveira
sgoliver@uol.com.br
PUC - RIO
SOBRE A REALIDADE DA "PSICOLOGIA POPULAR"
RESUMO
Deveríamos depositar maior confiança na "imagem científica"
que emerge das pesquisas neurofisiológicas ou, ainda, nas descrições
mecanicistas do comportamento do que na imagem de senso comum acerca de
nossas ações? Deveriam nossas explicações da
conduta em termos intencionais perder sua força e ser abandonadas
face à linguagem "mais rigorosa e precisa" da ciência?
Deveríamos, enfim, esforçarmo-nos por nos ver livres das "ilusões"
em que estaríamos encerrados pelo comum emprego da "psicologia
popular" (folk psychology)? Vez por outra, acompanhada por um
discurso de reformas e salvação, a substituição
da "imagem folclórica" pela "imagem científica"
aparece como o objetivo "natural" do conhecimento, capaz de nos
remover da "ilusão estável" a que estamos submetidos.
Os exemplos mais significativos vêm de Paul & Patricia Churchland
e de B. F. Skinner, os eliminativistas tout court, que, de posições
bem diferentes, defendem um realismo científico, segundo o qual a
já mencionada "psicologia popular" não deveria contar
com qualquer futuro. A contrapelo desta tendência e com base em Gilbert
Ryle, Daniel Dennett, e, principalmente, na perspectiva neopragmatista de
Richard Rorty, mostramos, desativando a pretensão de se obter algo
como "o uso literal da linguagem" em oposição a
um uso "meramente metafórico", o contra-senso em que tal
posição incide.
PALAVRAS-CHAVE:
Neopragmatismo, Linguagem, Psicologia Popular, Eliminativismo.
Centro de Estudos do Pragmatismo
Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia
Departamento de Filosofia
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo