8 a 11 de novembro de 2004

3º DIA - quarta-feira, 10 de novembro 2004 - 19h
3ª Sessão
1ª Palestra

Crença como Disposição para Agir: Variações sobre um Tema Pragmatista
Belief as a Disposition to Act: Variations on a Pragmatist Theme
Prof. Dr. Pascal Engel
Université Paris IV - Sorbonne, França

[Resumo]
Um dos temas mais conhecidos da filosofia pragmatista é a idéia que a crença seja uma disposição para agir ou um hábito da ação. Peirce a tomou de Alexander Bain e transformou-a na pedra angular de seu pragmatismo. Desde então tem sido associada à essência das doutrinas do pragmatismo clássico. Dentro da filosofia analítica, a tese que a crença seja uma disposição para agir tem sido igualmente influente e muito debatida, de Ramsey à filosofia funcionalista contemporânea da mente.
Neste trabalho desejo demonstrar que, embora seja uma linha comum de muitas doutrinas pragmatistas ou inspiradas no pragmatismo, o tema da crença-como-disposição-para-agir é tocado numa variação de melodias pelos vários intérpretes filosóficos. Poder-se-ia dedicar um livro inteiro a este tópico. Limitar-me-ei aqui às opiniões de Peirce, James, Ramsey, funcionalistas contemporâneos e de Isaac Levi. A depender de como eles interpretam esse tema, os filósofos pragmatistas podem enfatizar mais ou menos o papel da teoria e da prática em seus respectivos relatos de pensamento, verdade e inquirição. Quando enfatizam a primeira, os pragmatistas são o que chamarei de pragmatistas da teoria; quando ressaltam a segunda, os chamarei de pragmatistas da práxis. Penso que a primeira opção seja mais atraente que a outra, me aliando assim aos pragmatistas teóricos.

Centro de Estudos do Pragmatismo
Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia
Departamento de Filosofia
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo