Quem Somos

CPS

O Centro de Pesquisas Sociossemióticas (CPS) tem como objetivo central desenvolver pesquisas e análises que clarifiquem os conteúdos, o funcionamento e os modos de produção e apreensão da significação nos diferentes discursos e práticas sociais. Desde sua fundação, em 1994, por iniciativa de pesquisadores do Centre National de la Recherche Scientifique, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, o CPS funciona como um centro interinstitucional.


No campo da semiótica discursiva, também chamada de semiótica estrutural, semiótica francesa ou sociossemiótica (como vai ser adotada na nomeação do Centro) - teve seu nascedouro nas postulações de Algirdas Julien Greimas, no final dos anos 60, e foi desenvolvida como uma arquitetura teórica e metodológica pela ação conjunta de um grupo de colaboradores, dentre os quais Eric Landowski, que alicerça esse agrupamento brasileiro. A partir da iniciativa de Eric Landowski, José Luiz Fiorin e Ana Claudia de Oliveira o CPS foi formado, cadastrado na PUC-SP como centro de pesquisa e no Diretório do CNPq. Hoje, o CPS congrega pesquisadores das mais diferentes áreas vinculados a universidades e instituições de pesquisa de várias regiões do Brasil que se reúnem na sede na PUC-SP em função das investigações semióticas realizadas.


As atividades regulares do CPS dividem-se em quatro grandes frentes. A primeira delas é a pesquisa propriamente dita. Esta é desenvolvida coletivamente no interior dos ateliers, grupos de estudo, discussão e investigação, nos quais os membros do CPS reúnem-se em torno de grandes linhas temáticas. Os ateliers são renovados a cada ano em função dos interesses de pesquisa dos antigos e novos membros do CPS. A segunda compreende as atividades de formação e atualização de pesquisadores. Estas envolvem a promoção de ciclos de estudo, jornadas, seminários, conferências e cursos ministrados por especialistas do país e do exterior ou por membros do próprio CPS. A terceira compreende análises de mercado e de consumo por meio de pesquisas e de consultorias prestadas junto a agências de publicidade, empresas e instituições para estudo semiótico da identidade institucional, de marcas e de produtos. O CPS conta também com uma editora que responde pela sua quarta frente de trabalho: a publicação dos resultados mais relevantes de suas pesquisas e dos trabalhos de semioticistas, brasileiros e estrangeiros, incluindo tanto as investigações mais recentes quanto os textos que já se tornaram referência obrigatória no campo da semiótica discursiva.


Como parte de suas atividades regulares, o CPS realiza um colóquio anual para divulgação e debate das pesquisas desenvolvidas pelos ateliers no ano em curso, ocasião em que a maior presença dos participantes é conseguida e que torna suas pesquisas mais visíveis.

Saiba Mais

O Centro de Pesquisas Sociossemióticas (CPS) completou 10 anos de existência em 2004 reconhecido, internacionalmente, como um pólo de formação e de produção de conhecimento em Semiótica no Brasil. O CPS foi criado, em 19 de novembro de 1994, por iniciativa de pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Programa de Estudos Pós-graduados em Comunicação e Semiótica), da Universidade de São Paulo – USP (Departamento de Letras e Lingüística) e do Centre d’Étude de la Vie Politique Française – CEVIPOF, vinculado a Fondation Nationale des Sciences Politiques (Paris). Com o CEVIPOF, o Centro mantém um acordo de cooperação internacional, através do qual vem se dando regularmente o intercâmbio entre pesquisadores pós-doutores e pós-graduandos dos dois países para desenvolvimento de pesquisas em conjunto, além da promoção de eventos e publicações em parceria. Com uma vocação interinstitucional, definida desde a sua criação, o CPS congrega hoje colaboradores de vários países – França, Itália e México, principalmente –, assim como pesquisadores/professores das mais diferentes áreas vinculados a universidades e instituições de pesquisa de várias regiões do Brasil.


Na primeira década foi dirigido por Ana Claudia de Oliveira (PUCSP:COS), Eric Landowski (CEVIPOF) e José Luiz Fiorin (USP: F.F.L.C.H.) e na segunda pelos dois primeiros. O CPS assumiu, desde a sua criação, duas grandes linhas de atuação: a pesquisa propriamente dita e a formação de pesquisadores. As pesquisas são desenvolvidas através de grupos de estudo, discussão e investigações denominados ateliers. Estes trabalham em torno de linhas temáticas, que são modificadas com novas proposições em função exclusiva dos interesses coletivos dos integrantes. A cada final de ano, em assembléia geral, as proposições novas e as de continuidade são definidas para o ano seguinte. As atividades de formação envolvem a promoção de ciclos de estudo, jornadas, seminários, conferências e cursos ministrados por especialistas do país e do exterior ou por membros do próprio CPS, realizados nos campi da PUCSP. Seja na formação, seja na pesquisa, todo o trabalho do CPS tem se pautado pela preocupação em apresentar e/ou desenvolver aparatos teórico-metodológicos capazes de analisar conteúdos e explicar o funcionamento, os modos de produção e apreensão da significação nos diferentes discursos e práticas sociais. Ao assumirem essa abordagem no estudo da televisão, do vídeo, do cinema, da pintura, da escultura, da música, da publicidade, dos games, entre outros objetos, os pesquisadores do CPS vêm dando uma importante colaboração para a consolidação da semiótica como uma epistemologia da comunicação, do social e da arte.


Ao mesmo tempo em que atua como esse polo irradiador do conhecimento em semiótica, o CPS também tem funcionado como um espaço de referência no desenvolvimento de pesquisas orientadas pelos mais recentes avanços da disciplina. O CPS é hoje, por exemplo, o principal abrigo interinstitucional, no Brasil, das discussões provocadas pela incorporação, a partir da publicação do livro Da Imperfeição, das dimensões estésica e estética à teoria da significação. A primeira consequência metodológica de tal proposta é o desprendimento da semiótica de um corpus textual de referência (textos stricto sensu) e sua consequente preocupação em descrever um sentido que emerge das próprias experiências sensíveis do sujeito – um sentido que se dá em ato, seja nas experiências individuais, seja nas práticas sociais cotidianas, nas quais estão necessariamente envolvidos componentes afetivos e sensoriais. A tentativa de compreender uma espécie de “sintaxe” das operações sensíveis tem levado a semiótica a se preocupar, por exemplo, com a descrição de um regime de sentido da ordem do contato, que se dá tão somente na copresença em ato dos actantes sujeito e objeto, numa interação significativa em si mesma. Nesse trabalho de descrição, parte dos estudos semióticos, desenvolvidos hoje no CPS, têm se desdobrado naturalmente em investigações sobre a corporeidade e a materialidade mesma do mundo como elementos significantes. Através de uma semiótica que se apresenta, agora, mais como uma prática reflexiva que como um método, o que tais pesquisas buscam entender é o modo como a presença mesma das coisas faz sentido: um sentido entretecido naquilo que os nossos sentidos por si sós (o tato, em particular) nos permitem apreender.


Os resultados de todas as pesquisas em desenvolvimento no CPS vem sendo divulgados regularmente, desde 1995, por meio do Caderno de Discussão do Centro de Pesquisas Sociossemióticas, uma publicação que reúne os textos elaborados, ao longo do ano, pelos grupos de trabalho (ateliers) em funcionamento. Com o resultado das pesquisas já concluídas, e através das suas parcerias interinstitucionais, o CPS editou, nos seus 10 anos de funcionamento, seis livros. São eles: 1) Semiótica, estesia, estética.(1999). E. Landowski, R. Dorra, A. C. de Oliveira (eds.), São Paulo-Puebla, UAP-EDUC; 2) Imagens técnicas (1998). A. C. Oliveira e Y. Fechine (eds.), São Paulo, Hacker editores; 3) Semiótica da arte. Teorizações, análises e ensino (1998). A. C. de Oliveira e Y. Fechine (eds.), São Paulo, Hacker editores; 4) Visualidade, urbanidade, intertextualidade (1998). A. C. Oliveira e Y. Fechine (eds.), São Paulo, Hacker Editores; 5) O gosto da gente, o gosto das coisas. Uma abordagem semiótica (1997). E. Landowski e J. L. Fiorin, São Paulo, Educ; 6) Do inteligível ao sensível. Em torno da obra de A. J. Greimas (1995). A. C. de Oliveira e E. Landowski, São Paulo, Educ. Destaca-se, entre os títulos, O gosto da gente, o gosto das coisas, que já mereceu uma edição italiana publicada pela editora Turim e um número de Nouveaux Actes Sémiotiques (Unilin). O CPS também é responsável pela publicação dos Documentos de Estudo do Centro de Pesquisas Sociossemióticas, em sua sexta edição, por meio dos quais tem difundido, em língua portuguesa, textos de base para quem pretende trabalhar com a semiótica francesa.


Além das pesquisas desenvolvidas nos ateliers, o CPS tem acolhido, nesses 10 anos de funcionamento, dezenas de pesquisas de mestrado e doutorado. Concomitantemente ao trabalho que realizam nos ateliers, esses pós-graduandos encontram no centro um espaço privilegiado de interlocução com os pesquisadores seniors que, independente de orientarem formalmente suas pesquisas, colaboram com elas por meio da leitura de textos ou da sua discussão durante as apresentação nos eventos do CPS, notadamente no seu colóquio anual. Entre seus pesquisadores seniors, encontram-se professores titulares da: 1) USP:FFLCH, a exemplo de Diana Luz Pessoa de Barros, Luiz Tatit e José Luiz Fiorin, que também já dirigiu o CPS; 2) da PUCSP:COS, a exemplo de Ana Claudia de Oliveira; 3) da Universidade Federal Fluminense (UFF:PPGL), a exemplo de Lucia Teixeira; 4) do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS, Paris):Fondation Nationale des Sciences Politiques (CEVIPOF), a exemplo de Eric Landowski. Entre seus colaboradores internacionais, destacam-se ainda: Andrea Semprini (Un. de Lille, Fr.), Francesco Marsciani (I.U.L.M., Milão), Gianfranco Marrone (Un. de Palermo e Bolonha),Giulia Ceriani (Instituto de Línguas Modernas, Milão), Jacques Geninasca (Universidade de Zurique), Juan Alonso (Universidade Paris VIII), Peter Fröhlicher (Universidade de Zurique) e Raúl Dorra (Universidade Autónoma de Puebla).


Yvana Fechine (UFPE)
Integrante do Comitê Científico do CPS
Pesquisadora desde 1995

Dez anos! O Centro de Pesquisas Sociossemióticas acaba de fazer 10 anos. Não é muito. Porém, nessa breve duração, o núcleo criado, um pouco por acaso, em 1994, conseguiu, quase por si só, se transformar — ao menos do ponto de vista de seus fundadores e dos membros mais anciãos — numa verdadeira jovem pessoa (moral e coletiva) que tem agora, já, sua própria historia de vida, seu caráter (às vezes difícil, devido a um gosto afirmado pela autonomia) e, com certeza, seus projetos para um longo futuro.


O Centro nasceu de um sonho: fazer existir e animar no Brasil um espaço de reflexão não dogmática que permitisse à semiótica estrutural (ou “greimasiana”, se preferir) se desenvolver sem constrangimentos, não mediante a aplicação respeitosa de modelos importados, mas graças a uma confrontação aberta com a maior diversidade de discursos e de práticas relevantes no contexto da vida cultural, estética, jurídica, política do país. A direção do programa de estudos em Comunicação e Semiótica (COS) da PUC-SP apoiou essa iniciativa e deu ao Centro uma localização institucional, sem interferir na linha teórica escolhida.


No início, seis ateliers foram constituídos. Hoje, são 16! O Caderno de Discussão, no qual as contribuições do primeiro colóquio anual do Centro estavam reproduzidas, não passava de umas dezenas de páginas encadernadas precariamente. Em 2003, tinha-se tornado um livro de quase 500 páginas, com o devido ISSN e título cadastrado no CNPq. Agora com mais de setenta pesquisadores vindos de todas as regiões do Brasil, o Centro, na origem organizado à maneira de um clube (sem outro motivo que puras afinidades intelectuais), corria o risco de se metamorfosear num formigueiro hiper-produtivista!


Daí a necessidade de uma recentração dos trabalhos, em particular no plano editorial. Esta permitirá, a partir do presente ano, retomar (além da difusão dos trabalhos dos ateliers no sítio internet do CPS) a publicação de volumes temáticos cuidadosamente articulados, tal como Do inteligível ao sensível (1995), Semiótica, estesis, estética (1999) ou O gosto da gente, o gosto das coisas (1997 ; trad. ital., Turim, 2000), livros hoje considerados como clássicos da disciplina e frequentemente citados, inclusive fora do Brasil.


De fato, a dimensão internacional e interinstitucional se confirma como uma característica essencial do CPS. Como é de rigor na época atual, somente após dez anos de bom convívio e de colaboração frutífera foi oficialmente celebrado o casamento entre os parceiros. Tomou a forma da assinatura, em abril de 2004, de um convênio formal entre o COS (PUC-SP) e o « Centre d’étude de la vie politique française » (Paris, FNSP-CNRS). São estas as duas instituições que mais constantemente instigaram os responsáveis pelo Centro nos seus esforços quotidianos, enquanto que as agências especializadas no amparo à pesquisa (Capes, CNPq, Fapesp) sustentavam seu funcionamento e os intercâmbios entre equipes.


Além disso, colegas da USP (F.F.L.C.H.) assumiram a parceria na formação de semioticistas que agora pesquisam e ensinam em todo o país. Em contrapartida, um grande número de universidades (da USP à UNESP, da universidade católica de Pernambuco a de Pelotas, passando ainda por instituições em Londrina, Vitória ou Porto Alegre, entre outras) facilitam a participação de um ou outro membro particularmente ativo na animação, na organização, na produção ou na reflexão mesma do « clube ».


Todas as condições parecem, portanto, reunidas para outros dez anos de atividade! E no momento atual, em que a sociossemiótica (ou, mais amplamente, a semiótica geral) se volta rumo a problemáticas novas — o sensível, a estesia, a dinâmica da interação nas práticas —, as tarefas e os projetos não faltam… O convite está lançado.


Eric Landowski
Directeur de recherche no CNRS
Diretor do CPS


*Texto publicado originalmente em Galáxia – Revista Transdicsiplinar de Comunicação, Semiótica, Cultura. N. 8, novembro de 2004, São Paulo: Educ, Brasília: CNPq.

Há vinte anos, o Centro de Pesquisas Sociossemióticas nasceu de um sonho. E, surpresa feliz, parece hoje que, em vez de desvanecer como tantos outros, esse sonho virou realidade… em parte pelo menos, e sob formas imprevistas, como era de prever. Vinte colóquios anuais! vinte cadernos de pesquisa ! cinco coletâneas de livros, um número impressionante de dissertações e de teses, um conjunto de ateliers que durante todo esse tempo se renovaram sem parar, quatro convênios internacionais e vários interistitucionais com UNESP, UFES, UCPel. O Centro foi produtivo ! E ele está agora mais vivo que nunca. Novos livros, outros eventos, projetos inéditos atestam-no. Vinte anos: le bel âge, portanto! Mas, para melhor avaliar o percurso, lembremo-nos um instante de onde partimos. Em 1994, dois anos após a morte de Greimas, a semiótica estrutural encontrava-se em crise, sobretudo na França, onde toda a aventura tinha começado mais ou menos quarenta anos antes. Ademais, no contexto de uma Europa que acabava de entrar num interminável período de estagnação (não unicamente econômica), essa nossa semiótica, já um pouco envelhecida com seus modelos “canônicos”, incansável e um tanto dogmaticamente utilizados e reutilizados como se fossem suficientes e, portanto, imutáveis, necessitava uma forma ou outra de superação. Ao sonhar em transplantá-la para o outro lado do Atlântico, num país rico de uma imensa vitalidade e em pleno desenvolvimento como o Brasil, nossa espera, nossa meta, era impor à disciplina outro ritmo e ampliar seu alcance confrontando-a com um espaço cultural diferente. Com grande ambição, almejávamos abri-la sobre um conjunto de práticas e de preocupações decorrentes das transformações da sociedade brasileira em todos os seus níveis. Criar uma semiótica a serviço de uma reflexão societal e política! Isso, por definição, ultrapassava de longe o quadro das análises textuais, um tanto acadêmicas, LANDOWSKI, E. Depoimento - Centro de Pesquisas Sociossemióticas: duas décadas de trabalho coletivo. Galaxia (São Paulo, Online), n. 28, p. xx-xx, dez. 2014. 284 às quais a maioria de nossos colegas europeus fazia questão de se limitar. Foi sob o impulso decisivo do trio araraquense constituído pelos primeiros leitores brasileiros de Semântica estrutural — os mosqueteiros da semiótica neste país, Edward Lopes, Eduardo Peñuela Cañizal e Alceu Dias Lima —, que nos atrevemos a dar esse salto qualitativo. Daí o prefixo “sócio”. E daí, sobretudo, o estilo (sócio) semiótico deste nosso Centro então em gestação: um estilo que pouco a pouco iria fazer do “fazer semiótica” uma prática teórica e analítica deliberadamente comprometida com o ambiente, visando dar conta da experiencia do sentido “em situação”, quer dizer, na vida individual e coletiva tal como se articula em sociedades em mutação acelerada. Em outras palavras, uma semiótica “viva” — viva porque preocupada com o sentido “da vida”. Mas, ao mesmo tempo, uma semiótica que devia ser tão rigorosa quanto possível, desde que se empenhasse em abordar níveis de reflexão e de análise ainda por consolidar ou construir: o sensível, a estesia, a dinâmica das interações vividas, a dialética dos regimes de sentido, etc. E ademais, uma semiótica legível, já que animada pelo desejo de sair do círculo auto-reprodutivo para interessar também os não-semioticistas — filósofos, sociólogos, administradores, jornalistas, arquitetos, artistas, entre outros. A coordenação do programa de pós-graduação em Comunicação e Semiótica (COS) da PUC-SP, embora então de tendência peirciana, apoiou generosamente essa iniciativa e deu ao Centro uma localização institucional, sem interferir na linha teórica adotada por outro trio, aquele dos fundadores do Centro, Ana Claudia de Oliveira, José Luiz Fiorin e eu, o “professor importado”. A essa linha inicial, permanecemos fiéis até hoje, e, oxalá, assim ficaremos. Pois, numa época de compromissos entre grupos, círculos, associações, federações e tutti quanti, é deste modo que, enquanto coletividade de pensamento, manteremos nossa identidade intelectual — ou será nossa marginalidade? — de “greimasianos”, ou pós-greimasianos sem vergonha. “Fiéis”, obviamente — é necessário precisá-lo? —, na infidelidade, pois, no caso, a verdadeira fidelidade exige a autocrítica, o diálogo e a inovação, isto é, uma constante transformação de si mesmos. Como dizia o mestre Algirdas, il y a du pain sur la planche : “na tábua” sobra trabalho a fazer. Para mais dez anos, sem dúvida. — Dizer vinte seria, pessoalmente, por demais sonhar… Chegou o tempo de pensar em revezar a equipe! Paris, outubro de 2014


Eric Landowski
Directeur de recherche no CNRS
Diretor do CPS


Texto publicado originalmente em Galáxia – Revista Transdicsiplinar de Comunicação, Semiótica, Cultura. Sessão Depoimento. (São Paulo, Online), n. 28, p. 283-284, dez. 2014. http://dx.doi.org/10.1590/1982-25542014200