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Dissertações - 2019

FICCIONANDO: UMA PROPOSTA DE OFICINA SOBRE VIOLÊNCIA COM JOVENS EM CONFLITO COM A LEI FUNDAMENTADA NA PSICOLOGIA ANALÍTICA

Ezequiel Nogueira Braga

Orientador: Liliana Liviano Wahba
Palavras-chave: Jovens em conflito com a lei. Violência. Intervenção psicológica. Consciência moral. Psicologia analítica.


Resumo: Perante o problema da violência de jovens no Brasil, a Política Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) prevê a atuação do psicólogo individualmente, com grupos e com a família dos jovens, de modo a possibilitar a reflexão moral e a autonomia. O presente trabalho propõe uma intervenção em grupo, no formato de oficina, desenvolvida a partir de pressupostos teóricos da psicologia analítica sobre moralidade e agressividade e de revisão da literatura sobre o tema. A oficina é construída a partir de histórias de violência contadas pelos jovens, histórias essas que não aconteceram diretamente com eles, mas que os marcaram de alguma forma. Com base nas narrativas, o coordenador oferece estímulos que ajudam o grupo a tecer reflexões e a propor acréscimos imaginários que visam ao processamento da consciência moral e o reconhecimento de fantasias agressivas. Foi realizado estudo de caso, com enfoque qualitativo, tendo como objeto de estudo oficina da qual participaram quatro jovens de 18 a 20 anos que cumpriam medida socioeducativa de semiliberdade, dois dos quais completaram todo o processo de intervenção. A unidade de análise principal foi a iniciativa de implementação da oficina, e as unidades de análise subordinadas compreenderam a análise dos relatos do grupo – que abarcou a identificação, categorização e nomeação de padrões, como proposto por Ezzy (2002) –, das narrativas individuais e dos escores obtidos pelos participantes na aplicação pré e pós-teste da Escala de Condutas Antissociais e Delitivas (ECAD) (FORMIGA; GOUVEIA, 2003). Na análise temática dos relatos do grupo emergiram doze temas que articulam as situações de violência relatadas, suas consequências, os códigos morais que as sustentam, os conflitos morais e as ponderações dos participantes, bem como quatro eixos temáticos – “Naturalização da violência”, “Possessão pela loucura”, “Condicionamento dos vínculos” e “Liminaridade da violência” – entrelaçados pela noção de determinismo. Individualmente, foi possível identificar mecanismos defensivos, códigos de pertença e impulsividade que dificultam processos reflexivos, assim como tensões entre os códigos morais coletivos e o determinismo da violência, com sentimentos pessoais de medo, apego e empatia conduzindo a ponderações incipientes com o reconhecimento de potenciais destrutivos. A oficina demonstra potencial como estimuladora de consciência moral e configura um espaço de confiança e de amparo possível para jovens envolvidos em situações de violência. Considera-se válida como estudo piloto a ser implementado.

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