Dissertações - 2020
“O OLHO DA MULHER”: UMA ANÁLISE JUNGUIANA DAS IMAGENS DE MULHERES NOS POEMAS DE GIOCONDA BELLI
Giullia de Freitas Longo
Orientador: Prof. Dr. Durval Luiz de Faria
Palavras-chave: Psicologia analítica. Jung. Gioconda Belli. Mulher. Literatura. Poesia
Resumo: O diálogo da Psicologia com diversas áreas do conhecimento é de extrema relevância na investigação do funcionamento psíquico. Compreendendo que a psique se manifesta simbolicamente, e uma vez que as artes, especialmente a literatura poética, aparecem como um rico campo de manifestação simbólica, é importante que a Psicologia mantenha contato com as expressões artísticas. Portanto, com o aporte teórico da Psicologia Analítica, esta pesquisa tomou a obra poética da escritora Gioconda Belli como objeto de estudo, com o objetivo de compreender as imagens da mulher apresentadas na coleção de poemas da autora, “O olho da mulher”, publicada no Brasil em 2012. Optou-se pela realização de uma pesquisa qualitativa baseada no paradigma da abordagem junguiana, a partir do qual foi adotado como método a análise simbólico-arquetípica, que permitiu a aproximação do significado das imagens simbólicas dos poemas. Para tanto, foi utilizado o procedimento de amplificação simbólica, cuja proposta é ampliar as imagens, as tomando como expressões de temas típicos, ou seja, temas recorrentes em diferentes contextos e tempos humanos. Ao ampliar as imagens, pretendeu-se traduzir os profundos significados que elas guardam para a mulher e para a alma humana. Os resultados da análise mostraram que as imagens de mulheres nos poemas de Belli revelam a tentativa de superação de uma dinâmica patriarcal cristalizada na consciência, cuja tirania recai sobre aquilo que é feminino e, portanto, sobre a mulher. Dessa maneira, as imagens desenham as vicissitudes da mulher que busca por liberdade no exercício de sua totalidade psíquica, retomando a vivência corporal e a emoção intuitiva. Ganham luz, então, aspectos do Feminino Arquetípico, de Eros, de Yin, cuja existência na dinâmica patriarcal se mantém relegada ao inconsciente.
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