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Dissertações - 2020

O TRAUMA NA INFÂNCIA EM MULHERES COM COMPULSÃO ALIMENTAR

Vivian de Freitas Bandeira 

Orientador: Profa. Dra. Denise Gimenez Ramos
Palavras-chave: Compulsão alimentar. Trauma infantil. Psicologia analítica.

Resumo: A pesquisa objetivou investigar as associações entre compulsão alimentar e trauma na infância em mulheres com compulsão alimentar, compreendendo seus aspectos psicossociais. As participantes foram mulheres com compulsão alimentar maiores de 18 anos, que participavam de grupos voltados ao tema da compulsão alimentar do Facebook brasileiro. Para tanto, foram disponibilizados nestes grupos um link da plataforma SurveyMonkey com os seguintes questionários: Ficha Qualitativa Anônima, Escala de Compulsão Alimentar Periódica (ECAP) e Questionário sobre traumas na infância (QUESI). Das 1.574 participantes que responderam aos questionários, 604 preencheram todos os questionários e critérios de inclusão. Os resultados revelaram que 77% da amostra apresentou compulsão alimentar grave e que há uma correlação positiva entre o nível de compulsão alimentar e o índice de trauma na infância global, abuso emocional e negligência emocional, respectivamente. O IMC também apresentou uma correlação significativa e positiva com compulsão alimentar e trauma na infância global, sendo este último um previsor maior para um maior nível de compulsão alimentar. O comer foi associado a múltiplos fatores emocionais, parecendo funcionar como uma estratégia que visa a apaziguar estados afetivos insuportáveis, assim como uma estratégia de enfrentamento desadaptada em situações de conflito. Após um episódio de compulsão as participantes relataram calma, relaxamento e diminuição do nervosismo e inquietude, embora estados afetivos negativos, especialmente nojo, vergonha e culpa, tenham aumentado. A interferência negativa da compulsão alimentar na vida e nas relações sociais foi a correlação mais significativa estatisticamente desse estudo, indicando os severos prejuízos que a compulsão alimentar acarreta nas interações sociais. Por fim, o sistema de autorregulação e autocontrole ficam prejudicados quando há um trauma na infância, por conta disso o indivíduo apresentaria dificuldade em controlar sua ingestão alimentar, podendo gerar um episódio de compulsão alimentar. Este compensaria o sistema de autorregulação que fora danificado, sendo uma forma de compensar a privação afetiva e de defender o indivíduo das vivências de abuso e de negligência emocional. Tais dados indicam que o comer estaria mais associado a um mecanismo de autoproteção, à defesa, à compensação e à autorregulação que à fome em si.

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