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Chega de Saudade, Brasil, 2008, 92 min

A história transcorre em uma única noite de baile em um clube de dança em São Paulo - União Fraterna. São diversas histórias que se entrecruzam, expondo as reações dos freqüentadores que emergem nos passos e movimentos das relações.

O alvoroço dos dançarinos inicia à luz do dia e encerra à meia noite, mas sempre ao som da banda, que leva o espectador a acompanhar com os pés o ritmo da saudade nas letras bem cantadas pela grande Elza Soares. Num misto de comédia com drama, o filme aborda o amor, a traição, a solidão, a inquietação, na sustentável leveza do ser, quando conjuga dança e fruição. Apesar das rugas ampliadas na telona do cinema, o que fica em destaque é o desejo de ser feliz e amado/a sem limite de idade. Outro filme (japonês, 1996), que merece ser assistido e aborda a temática da dança é: “Dança Comigo?” Com uma versão americana em 2004: Shall We Dance?

Leia mais sobre “Chega de saudade” na matéria que saiu na Revista da Folha, no domingo, 23 de março de 2008, Ano 16.
(metrópole) o baile da vida por Laís Bodanzky

O primeiro impulso que me levou a fazer "Chega de Saudade" foi meu prazer pessoal pela dança e pela música.

Esse prazer me estimulou a freqüentar os salões de baile em São Paulo. Neles, descobri algo além da dança: a história daqueles freqüentadores e como o ambiente tinha uma pulsação única de vida e de alegria.

São pessoas de universos distintos, mas que têm todas em comum a vontade de sair de casa, de correr riscos -o risco da busca de felicidade e do prazer, ao mesmo tempo enfrentando os seus dramas pessoais e cotidianos. Elas fazem essa busca de uma maneira muito agradável. É um aprendizado de vida.

A música, a dança e o passeio por diversos ritmos são prazeres indescritíveis para os olhos e os ouvidos. Aos poucos, porém, passei a captar algo que estava no ar e regia aquele universo: a sensualidade.
Na apresentação pessoal, na maneira como se vestem -as mulheres não podem ir de calça; alguns homens levam uma segunda camisa para trocar no meio da noite; muitos não repetem nunca a roupa em um mesmo salão, mesmo freqüentando-o por anos a fio.

Sensualidade que também transparece numa certa postura do corpo. Mesmo as mulheres mais gordinhas e os homens carecas, por exemplo, emanam uma indiscutível elegância corporal. Esses detalhes somados fazem do baile um ambiente carregado de libido.

Tudo isso entrava em contradição com a minha idéia do que era envelhecer; a idéia que a sociedade nos impõe de que, a partir de certa idade, não podemos mais nos apaixonar, amar e viver intensamente. Os salões de baile restituem às pessoas esse passaporte, a possibilidade do encontro, do dançar de corpo colado.

Com o filme, espero dar ao espectador a possibilidade de passar ao menos uma noite em um salão de baile, esse universo fascinante que pode existir na nossa esquina e ao qual, de outra forma, talvez nunca seríamos apresentados.


Laís Bodanzky, 39, cineasta, é diretora de "Chega de Saudade" (2008) e "Bicho de Sete Cabeças" (2001)



 
 
 

 

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