Uma história que iniciou em janeiro de 1998, com uma proposta de curso de Introdução à Informática, para a Universidade Aberta à Maturidade. Foi bem aceita pela coordenação e muito procurada pelos alunos e alunas.
O curso tem como objetivo propiciar às pessoas com mais idade uma apropriação da linguagem tecnológica e autonomia mínima para exploração do computador, assim como possibilitar sua inclusão no contexto atual da sociedade.
Nas aulas procura-se trabalhar no processo de desmistificação da máquina, para que indivíduo se descubra capaz. Os alunos vão dominando os recursos do programa e, simultaneamente, são instigados a criar seus próprios textos no Word, tornando o ato de escrever um exercício de pensar sobre a vida e sobre si mesmo. Alguns se descobrem escrevendo poemas e crônicas.
Além do objetivo de promover o domínio sobre o computador, havia, desde a proposição do curso, um outro desejo: criar um jornal que fosse dos alunos. Um desafio conquistado.
O jornal foi batizado inicialmente com o nome de Compuctador, cujo nome faz referência à equipe do curso e à PUC que nos abriga. A equipe antes constituída por mim e algumas alunas envolvidas e empenhadas na construção coletiva de um espaço de voz, foi ampliada e conta atualmente, com a colaboração de professores.
O jornal, como veículo de comunicação e publicação, tem se constituído num espaço de exercício de cidadania para os alunos, gestando uma imagem mais fiel à realidade desse contexto etário ao romper preconceitos e apontar as diferenças na mesma idade.
O jornal procura apresentar a fertilidade do local universitário e o aprendiz na maturidade. Descortina a intensidade de vida declarada nos olhos cheios de brilho e na perplexidade diante do novo. Mostra o renascimento provocado pela (re)descoberta do aprender e do conhecer. Pinta o cenário de sentimentos e emoções singulares de cada indivíduo e de cada momento. E, principalmente, anuncia o potencial de produção intelectual do universo das muitas idades vividas. Aprendizagem tecida nas relações entre os diversos universos e as diferentes idades. Sem fronteiras.
Profa.Vitória Kachar Hernandes |