Breves momentos de felicidade
Eram seis crianças, entre sete e dez anos, maltrapilhas, sujas, vagando pelas ruas, à procura de alimento. De repente, arregalaram os olhos. Lá estava, jogada num lixo, uma caixa grande de sabão em pó.
Num ímpeto, qual revoada de pássaros, agarraram a caixa, abriram-na e correram em direção a uma praça próxima, onde havia um pequeno lago. Indiferentes aos olhares espantados dos que por ali passavam, mergulharam na água estagnada que começou a se movimentar e a borbulhar. Elas sorriam, gritavam, pulavam, brincavam jogando espuma umas nas outras, e se esfregavam, felizes, com aquele sabão que lhes limpava a sujeira dos corpos e dos trapos, numa diversão alegre e inconseqüente, esquecendo por alguns momentos o alimento que antes procuravam.
E como se divertiam aquelas crianças! Dava gosto de ver!
Albanita de Paiva
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