Selecione abaixo a informação que deseja visualizar.

Página Inicial
Curso da UAM
História do Jornal
Quem Somos
Crônicas
Astrologia
Aspectos Biopsicossociais
Com a Palavra o Professor
Gente Notável
Entrevista
Eventos & Notícias
Palavra Poética
Sabor & Saber
Turismo
Curiosidades
Caça-palavras
Cultura & Lazer
Carta do Leitor
Edições Anteriores
Videoteca
Galeria de Imagens
Fale Conosco
  Cadastre-se

 

 

 
Página inicial
   |   Contato
 


Quando não se encontra saída…

Tanto nas empresas como em qualquer circunstância, nos deparamos, às vezes, com situações críticas de difícil solução. Por mais boa vontade ou por mais criatividade que se empregue na redução do impasse, a gente se vê impotente e sem saída. Era em momentos assim que costumava contar para meus pares uma fabulazinha caipira ouvida há não sei quanto tempo. Vamos à fábula:

Mogiana era o nome da estrada de ferro que ia de Campinas até Araguari (MG), passando por Ribeirão Preto, minha terra. Certa ocasião, a Mogiana precisava preencher vagas de encarregado de turma - turma, no jargão ferroviário, era a casa onde moravam os funcionários que cuidavam do bom estado da ferrovia, entre uma estação e outra. As casas eram construídas ao lado da ferrovia e, em geral, eram casais que cumpriam a tarefa, de cuidar, de vigiar e de comunicar à estação mais próxima qualquer ocorrência imprevista. Foram colocados avisos em diversas estações, anunciando vagas.

Zeferino, caboclo que vivia pelas redondezas da estrada, foi um dos pré-selecionados. Era semianalfabeto, mas muito esperto. O processo de seleção consistia em uma entrevista em que o candidato teria de responder a questões de ordem prática - uma espécie assim de método situacional.

Naquele tempo, ainda não existia psicólogo e quem fazia a seleção era o chefe da estação. E foi assim que começou a entrevista:

Chefe - Senhor Zeferino, meus parabéns. O senhor foi um dos indicados para ser encarregado de uma Turma. Vamos lhe fazer algumas perguntas e vou tratar o senhor de você, está bem?

- Pó mandá – (pelo jeito era mineiro).

Chefe - Imagine a seguinte situação: Na sua área, aconteceu um temporal daqueles e a ponte por onde passa o trem foi levado pela enxurrada. Você sabe que dentro de duas horas vai chegar uma composição vinda da estação mais próxima da sua turma. Que você faria nesse caso?

- Ah! Essa é facinha. É só telefoná pras estação mais perto.

Chefe - Muito bem, Zeferino. Acontece que a chuva que derrubou a ponte também derrubou os postes de telefone.

- Bão, nesse causo, eu pego a bandeira vermêia e ando um tantão na direção de onde vem o trem e dô sinar de parada.

Chefe - Ótimo, só que o trem vai passar de noite.

- Aí, pego a lanterna vermêia e faço sinar lá pelas bandas donde vem o trem.

Chefe - Tá certo, o problema é que o último encarregado deu sumiço na lanterna.

- Num tem pobrema, ajunto um bocado de lenha e vô pro lugá que falei e toco fogo no meio dos trios.

Chefe - Se não tivesse chovido, até daria certo. A lenha está encharcada.

- Poxa, essa ta difícer. O jeito é chamá os caboco que mora pur ai e a gente faz gritaria dus diabo quando o trem passá.

Chefe - É, Zeferino, infelizmente, não mora ninguém por perto.

- Uai, si é assim, só resta chamá a Barbina.

Chefe - Quem é a Barbina?

- Ara, o senhor num sabe? Barbina é minha muiér.

Chefe - E o que você vai fazer com a Barbina?.

- Eu vô e falo prela:
- Barbina, vem cumigo rapidin, vamu ispiá o puta disastre que vai acontecê...

É, minha gente, há situações em que só resta chamar a Barbina... e rezar!

Prof. Waldir Biscaro
awbiscaro@uol.com.br

 
Edições Anteriores
* Os artigos publicados no jornal Maturidades são de inteira responsabilidade dos autores
(que exprimem suas opiniões e assinam seus artigos) devendo ser encaminhada
a estes toda e qualquer sugestão, crítica ou pedido de retratação.
       
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo • PUC-SP - Design DTI•NMD - 2016