RECORDAÇÕES DA AMIGA
Desde que conheci Darcy Kampf, 73, o que me chamou atenção foi sua presença marcante, apesar de ser muito discreta. Por várias vezes, vi Darcy mudar de lugar, tranquilamente, sem criar problemas com ninguém, para evitar o vento do ventilador da classe nas suas costas. Ficava sentada quietinha na última fileira, onde algumas vezes, fui lhe fazer companhia por causa do mesmo vento, que incomodava principalmente a ela que estava com sua saúde precária. Mas nem por isso ouvia-se qualquer manifestação de desagrado de sua parte.
Dei carona para Darcy até sua casa, algumas vezes, quando sua amiga Amélia, não podia fazê-lo. Conversávamos no trajeto, ela sempre muito positiva, espírito elevado, contava-me do seu gosto por música e quando com seu filho no saxofone, o neto na guitarra e ela ao piano, propiciavam momentos alegres e inesquecíveis para familiares e amigos. Mais tarde, soube por sua nora Adriana, que ela foi uma exímia pianista, nunca abandonando sua música.
Outra habilidade de Darcy era seu gosto pela culinária. Criativa, sempre fazia algum prato diferente para os filhos e netos e gostava de surpreendê-los com receitas novas e elaboradas.
É uma benção ter conhecido Darcy e vivenciado a sua companhia. Ela era privilegiada com uma rica vida interior que só fez bem para quem teve a oportunidade de com ela conviver.
Darcy Kampf, 73, nascida a 13 de julho de 1934, aluna da UAM da PUC-SP, nossa colega de classe [4 A], nos deixou no mês de maio deste ano.
Ignez Ribeiro
|
|