Dedos ágeis
Fazem a laçada
O fio enlaça a agulha e define o ponto:
Um pra cima; um pra baixo.
Na cadeira,
Ao balanço ritmado,
O pensamento voa.
A lã desliza,
O fio enlaça uma lembrança,
Uma saudade antiga.
Volta a agulha,
Pinça o ponto que escapa,
Um pra cima; um pra baixo.
A memória embaraça,
A mão desata o nó que enreda o fio.
Em pouco a trama cresce;
A forma se destaca;
O tempo urde
E os ponteiros tecem:
Um pra cima; um pra baixo.
Magu Medeiros Julião
Publicado no livro de sua autoria
Espaço Aberto
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