Quando olhei para você e vi aquele seu olhar
tão profundo, como duas estrelas brilhantes,
senti que tínhamos muitas coisas para nos dizer.
O silêncio foi tão eloquente que percebi que
mil palavras seriam desnecessárias ou mesmo insuficientes.
Conversamos assim, sem falar, sem que um movimento sequer
quebrasse o encanto do momento.
Quantas coisas foram ditas, ouvidas e sentidas e, ainda assim,
nada, nem ninguém, teria ouvido ou entendido.
Sei que é importante saber se expressar,
os pensamentos concatenar, deixá-los claros e objetivos
para podermos ser compreendidos.
Mas, no entanto, naquele instante, a clareza, a sutileza do
silêncio foi tão forte, tão presente, que tenho a certeza absoluta
de que nenhuma palavra, nem uma sequer, ficou ausente.
Não há como esquecer, nada há de se apagar,
do que nos dissemos, no mágico e eterno silêncio do momento.
Um dia... 2002.