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Aspectos Biopsicossociais

De massagista a massoterapeuta

A massagem é uma das artes curativas mais antigas da humanidade, mas, em nosso meio cultural, perdeu-se no tempo, quiçá pela idéia de que o espírito e não o corpo devia ser cultivado.
O fato é que não existe, no ocidente, uma tradição familiar do uso medicinal da massagem, como ainda há no oriente. Ela, porém, foi redescoberta pelos europeus no século XIX na esteira de viagens ao oriente e adaptada ao meio ocidental, imbuído de conhecimentos anatômicos e fisiológicos da biomedicina moderna.
Nos últimos dois séculos, a massagem foi desfrutada principalmente pelos ricos frequentadores dos centros termais e, mais recentemente, pelos desportistas cada vez mais submetidos à competição individual e grupal.
A massagem sempre ficou à margem da medicina oficial, embora ela tivesse sido recodificada no ocidente por médicos e alguns deles a receitem para seus pacientes. Ela sempre foi exercida por práticos, tanto no oriente como no ocidente. Todavia, no oriente, ela faz parte de um sistema médico que inclui, além da massagem, a fitoterapia e a acupuntura e é objeto de estudo dos cursos de medicina tradicional. Entre nós, apenas recentemente, a massagem tornou-se objeto de uma formação profissional de nível superior (Fisioterapia) e de nível técnico, assumindo as feições de uma terapia: a massoterapia. Ainda hoje, a maioria dos massoterapeutas (não-fisioterapeutas) é formada por práticos que a aprenderam de modo informal ou semi-formal.
Não sendo uma prática corrente da medicina oficial, a massoterapia não é reconhecida pelos sistemas de saúde como importante instrumento de saúde pública, não sendo aplicada no Sistema Único de Saúde e não recebendo, em geral, reembolso do sistema de saúde complementar (a não ser em alguns casos, quando aplicada por Fisioterapeutas).

Massagem, canja e caldo de galinha não fazem mal a ninguém

Todos os bons manuais de massoterapia enumeram uma grande quantidade de benefícios que a massagem propicia. Ela é benéfica tanto na prevenção, como na cura e na reabilitação. Massagem faz bem para todos (se bem aplicada, evidentemente!) e não adianta dizer que não há comprovação científica (pois há estudos sobre seus efeitos), até porque é muito fácil comprovar seus benefícios. Basta submeter-se a uma sessão de massagem para sentir como ela faz bem para as pessoas, inclusive do ponto de vista do bem-estar psíquico.
Podemos elencar vários efeitos, agrupados em duas categorias: os efeitos mecânicos, provocados pelo contato manual, e os psíquicos, gerados pelo contato pessoal e pela influência dos efeitos mecânicos sobre o sistema nervoso.
Os efeitos mecânicos podem ser locais, ocorrendo no local onde é feita a massagem, ou reflexos, como os que se produzem longe do local de aplicação.
Como efeitos mecânicos, podemos citar a melhora da circulação sanguínea e linfática, a estimulação nervosa, o aumento da temperatura da pele, o aumento do volume muscular e a tonificação dos músculos, a melhora do metabolismo muscular, o aumento do metabolismo das gorduras, o aumento da filtração renal, a estimulação da produção óssea e a melhora da função peristáltica do sistema digestório. O método de autocura Self-Healing utiliza ainda alguns tipos de massagens para recuperar a musculatura das pessoas afetadas por distrofias, diminuindo o ritmo de suas perdas musculares, e para melhorar muitos problemas de visão.
Os efeitos psíquicos dependem muito da interação entre quem aplica a massagem e quem a recebe. Quando se estabelece uma boa liga entre os dois, há uma sintonia respiratória e circulatória, com uma ativação da energia da pessoa que recebe a massagem.
O massoterapeuta deve estar muito centrado, energizado, relaxado e bem disposto em relação a seu cliente para que isso aconteça e este, por sua vez, deve estar receptivo à ação do terapeuta.
Podemos dizer que a massagem visa o reequilíbrio energético, o bem-estar físico e psíquico, o relaxamento físico e mental, o alívio de dores, a consciência corporal, o aumento da sensibilidade e da capacidade de percepção, um sentido de segurança pessoal e de autoconhecimento, um acréscimo de energia para enfrentar a realidade do cotidiano, a recuperação de mobilidade e movimentos e a conquista de um novo equilíbrio psicofísico. São benefícios importantes para uma terapia manual não invasiva aparentemente inócua como a massoterapia!

“Descobri que trabalhar o aumento da mobilidade e superar outros sintomas é melhor do que qualquer pensamento ou afirmação positiva; é a ação física em si (massagem e exercícios – n.d.r.) que pode nos ajudar a evitar os perigos da depressão, permanecer otimistas e positivos e manter uma abordagem saudável.” Meir Schneider

Não há contra-indicações para a massoterapia, embora seja evidente que ninguém está autorizado a massagear regiões do corpo afetadas por traumas, dores agudas ou problemas de pele. Mesmo assim, a massagem na parte do corpo não afetada pode trazer grande benefício às partes afetadas. Mesmo em caso de câncer de tipo metastático, nos quais teme-se que a massagem acelere a difusão do câncer no corpo, há estudos que indicam não ser ela contraindicada, desde que adequadamente aplicada. Pensando bem, como negar a um doente canceroso maior bem-estar, quando as terapias médicas tradicionais antitumorais são tão invasivas e conturbadoras de seu equilíbrio físio-psíquico, considerando, também, que a massagem pode melhorar as condições gerais de seu sistema imune, capaz de combater o próprio câncer?

Massagem e velhice: um casamento rejuvenescedor

Moro em um bairro que tem uma alta concentração de pessoas idosas. Elas estão em todo lugar: na rua, no supermercado, na igreja, no restaurante, no parque. Muitos há que se movimentam com graça e energia, mas há, também, os que arrastam pernas, apoiados em bengalas e acompanhantes. Quando os vejo, sempre me pergunto se eles pensam que é normal para um velho ser corcunda e arrastar pernas.
Há muitas pessoas que devem achar isso, porque a todos é dado melhorar o movimento de seu corpo e, aparentemente, nada fazem para melhorá-lo. Mesmo os que aparentam ter dinheiro para pagar suas curas. Às vezes vejo os filhos já maduros cuidando de seus velhos decrépitos com muito carinho e pergunto-me se eles têm a consciência de que a decrepitude não é característica obrigatória da velhice. Por que será que esse carinho todo não se traduz numa atitude de rebeldia contra a decrepitude? Por que não gastam algum tempo e algum dinheiro para que seus velhos tenham um corpo menos sofrido e mais independente dos cuidados alheios, por filiais que sejam? Garanto que se dispõem a gastar rios de dinheiro na farmácia, para controlar com remédios poderosos inúmeros problemas de saúde, a maior parte deles ocasionados pelos próprios remédios (há pessoas que tomam dúzias de remédios por dia – veja as dificuldades da administração destes remédios – sem que alguém possa saber quais seus efeitos reais no corpo; nem os próprios médicos sabem os efeitos das interações medicamentosas de tantos remédios).

“Por fim, falei sobre a questão de remédios. Muitas pessoas com esclerose múltipla estão tomando remédios e muitas vão tomar outros remédios que estão sendo desenvolvidos o tempo todo. Disse-lhes que, na minha opinião, praticar movimentos, como eu acabara de ensinar-lhes, seria sempre o melhor recurso para melhorar sua saúde.” Meir Schneider

A massagem, acompanhada de exercícios leves (ativos e passivos) pode melhorar a situação de vida de qualquer idoso, por adoentado que esteja, até o ponto de fazer reverter situações de desequilíbrio da saúde muito complicadas. A melhora e a cura estão em cada um, em sua mente, na medida em que ela seja capaz de pensar em si mesmo como em alguém em via de restabelecimento e não em alguém definitivamente vencido por algum mal.

Autocura: um novo equilíbrio para sua saúde

Termino com mais uma observação de Meir Schneider, criador do método de autocura Self-Healing, que se apresenta a seus clientes como “professor” de autocura.

“Apresentei ao grupo (em palestra aos portadores de esclerose múltipla – n.d.r.) a minha opinião, baseada no meu extenso trabalho com esclerose múltipla: que todos podiam melhorar, contanto que prestassem atenção e fossem muito conscientes de suas restrições. Se uma restrição é a fadiga, precisa-se ter consciência disso, perceber quando ela está se aproximando, e descansar. Se a restrição é falta de vontade de se mover por causa da depressão, é preciso imediatamente usar exercícios de movimentos suaves e sutis para reduzir a sensação de desesperança. O movimento que leva a uma mudança de padrão, o movimento que é fora do comum para nós, é o tipo de movimento que ajudará a fortalecer o sistema nervoso central.”

Para conhecer o método Self-Healing, acessar o site www.self-healing.org.br .
2 Meir SCHNEIDER. Movimento para a autocura: Self-healing, um recurso essencial para a saúde. São Paulo: Cultrix, 2005, p.177

Sugestão - Leia também texto MASSAGEM, AINDA QUE TARDIA do mesmo autor, sobre o mesmo tema em Crônicas.

Giulio Vicini
Psicólogo e Mestre em Gerontologia
Self-Healing Practitioner/Educator Massage

v.giulio@hotmail.com


 

 
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