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FELICIDADE

Se eu fosse falar nessa “tal” felicidade, que se encontra sempre na relação amorosa com o outro, eu diria que na verdade ela se esconde, não se encontra. Porque ninguém consegue corresponder a todas as nossas expectativas de ideal de amor, mas no momento da paixão é isso que parece: um preenchimento imediato que transborda até. Já dizia o velho e bom amigo Freud que somente por nascer e nos separarmos da mãe, ficamos com uma falta existencial pelo resto da vida. Vamos preenchendo-a com inúmeras coisas: escola, amigos, família, coleções, TV, esporte, comida, universidade, trabalho etc. É interessante notar que, quando abraçamos algo novo, nos sentimos mesmo “apaixonados” pelo que estamos fazendo, só que dali em diante isso tende a diminuir (como nos relacionamentos) e a falta volta a cutucar. É só saber que ela sempre estará lá e que nada a preenche totalmente, por todo o tempo. A falta move o ser humano a buscar ações, criações, atividades. Quem não sabe lidar com a falta, troca de tudo a todo momento: de namorado, de atividade, de trabalho, de casa, de cara, de corpo, de cidade etc. Porque não agüenta conviver com um... “não sei”, com um... “nada”..., com um “sem novidades”,  com um “vazio”, que nos assalta de quando em vez. É preciso suportar a falta, vivenciá-la. Por outro lado, quem vive na “falta”, entra em depressão. O ideal é ir preenchendo-a com atividades coerentes com as nossas habilidades e aptidões, com os caminhos já transcorridos, as possibilidades que a sociedade nos oferece, com os limites do nosso corpo e com a  verdadeira existência do outro, sem idealizações. Só assim evitamos grandes frustrações.

Parece-me que ninguém é completamente feliz ou completamente infeliz. Temos estados de felicidade e esta é particular para cada um de nós. Felicidade para mim pode ser saúde, uma família que me apóie, ter amigos, uma casa, passarinhos visitando minha varanda, um companheiro de quem eu goste, que goste de mim e me respeite, dar aulas, dançar Flamenco e viajar de quando em vez. Só que nem sempre minha família estará disponível, nem meus amigos, nem o companheiro estará 100% atento às minhas carências; talvez falte dinheiro para viajar no próximo feriado, e eu tenha que abandonar o Flamenco por causa da dor nos joelhos. E isso me deixará certamente num estado de “falta” que causará desconforto e certa tristeza, uma “infelicidade”. Normal. Ela não me aniquila, porque os passarinhos continuam visitando a minha varanda, aqui, no 17º andar.

Profa. Ana Cristina Canosa Gonçalves
acanosa@uol.com.br

 

Artigo publicado também no site: www.maisde50.com.br em 02/09/2005





 
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