Gaia! Mater mundi! Terra!
Minúsculo ponto circulando na imensidão do Universo!
Cantada em verso, em prosa enaltecida, desprezada, glorificada, incompreendida.
Sobre seu solo nascemos, crescemos, amamos, odiamos, envelhecemos e um dia a ela voltamos. Somos filhos da Terra! Ela está em nós, no nosso corpo, nos elementos constitutivos de nosso sangue, na nossa mente, na nossa identificação conscencial.
Surpreendentemente ao atuarmos sobre ela, negamos a sua importância, tratando-a com rudeza, violentando suas entranhas na busca de suas riquezas, sugando a sua seiva, sujando o seu solo, contaminando suas águas, violando seu manto verde, matando sem piedade seus animais dos quais nos diferenciamos, não pela racionalidade, mas pela arrogância e prepotência.
Ocorre que a Terra, a Grande Mãe, possui “uma comunidade de vida incomparável”.
Como tal, não pode ser devastada, agredida. Numa tentativa desesperada de mostrar-se sensível ao sofrimento imposto, manifesta-se através de secas, incêndios incontroláveis, tempestades, enchentes, deslocamentos de blocos enormes de gelo, desabamentos, inundações de blocos enormes de gelo, desabamentos, inundações, destruição. Por serem os seus finitos proteger a vitalidade, a diversidade e a beleza da Terra constitui um dever sagrado e comum a toda a humanidade.
Querida Gaia!
Ontem amada e respeitada porque viam em você a proteção, o alimento, o lar, a continuidade.
Hoje nós terráqueos, os filhos da Terra, curvamo-nos ao transitório, ao descartável, ao fútil, e em nome da competitividade, do consumismo, do aparente, sangramos o seu solo, contaminamos as sua águas, saqueamos seus recursos naturais irrenováveis, alheios ao fato de que temos uma responsabilidade indiscutível “uns para com os outros”, com as futuras gerações, com o futuro da biosfera e com a sobrevivência da espécie humana sobre o planeta.
A cada um de nós cabe a decisão da qual não podemos nos eximir: ou formamos uma aliança consciente e robusta, exemplificando através de nossos atos e ações conjuntas o quanto estamos empenhados em promover o bem comum, sentindo-nos responsáveis e identificados com a “comunidade terrestre como um todo” e da qual fazemos parte, independentemente da raça, opção religiosa, cultura, escolaridade ou condições econômicas, ou nos arriscamos a compartilhar a responsabilidade pela destruição do nosso bem maior, que é a permanência no Universo, usufruindo da Vida em local aconchegante e belo, chamado Terra, Mater Mundi, Nosso Lar!
“Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência frente à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação dos esforços pela justiça e pela alegre celebração da vida” (in Carta da Terra parágrafo final).
Este texto foi inspirado na Carta da Terra, documento idealizado pela ONU e semelhante à Declaração dos Direitos Humanos.
Nilde Tavares Lima
Referência Bibliográfica:
www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html
http://planetasustentavel.abril.com.br
www.leonardoboff.com
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