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MARISA: JOVIALIDADE E POSITIVISMO


São 63 anos de fé, esperança e alegria. Pelo menos a maioria desses anos. Marisa Regina Russi Blois contagia com sua voz, sua postura e seu entusiasmo pela vida, pela família, pelo que lhe alegra e lhe faz bem. Contagie-se com suas palavras e passe a encarar o presente como uma dádiva que deve ser vivida.


Jornal Maturidades - Você está com quantos anos?
Marisa Regina Russi Blois –
Tenho 63. Vou fazer 64 este ano no dia 28 de dezembro. Era para eu ter nascido no começo de janeiro, mas minha mãe fez um almoço de Natal para muita gente [naquela época, tinha que se fazer mesmo]. Enfim, eu nasci antes da hora. Adoro o dia 28 de dezembro.

JM - Como você chegou à Universidade Aberta à Maturidade da PUC?
Marisa –
Fiz o Curso Normal, formei-me como professora e casei com 18 anos. Eu era “só” mãe e dona de casa. Quando meus filhos estavam adolescentes fui trabalhar com meu marido. Temos uma agência de propaganda e publicidade e eu faço a parte de administração contábil. Por isso, não é todo dia que preciso estar lá. Sueli Carrasco, minha vizinha e também aluna da UAM, um dia colocou em minhas mãos o jornal da PUC. Comecei a ler, achei interessante e fantástico.

JM - Isso faz quanto tempo?
Marisa –
Seis anos. Não é um curso monótono, as matérias são excelentes [algumas nem tanto] e sempre se tira alguma coisa de bom. Os professores são graduados e todos têm mestrado ou pós-graduação. TTemos aulas de atualidades políticas, geografia, história da arte, etc, que nos esclarecem. Penso que poder se atualizar é muito bom. Faz com que eu consiga bater um papo de igual para igual com qualquer pessoa. Meus netos acharam ótimo quando eu falei: -“A vovó vai para a escola”. E quando me perguntaram se eu já não sabia tudo, respondi: -“Enquanto se está vivendo se está aprendendo, não importa a idade”. Uma coisa que eu sinto é que estudar enaltece a pessoa, a sua visão perante os outros muda. É muito gratificante.

JM - Sua relação com a família também melhorou?
Marisa –
Claro! Muito! Meus três filhos, uma mulher e dois homens [o caçula já está com quase 39 anos], me respeitam demais. Tanto que se preocupam em não marcar nada na segunda e quarta, dias de aula: - “Minha mãe tem PUC!”, eles dizem.

JM - Como são as relações na UAM?
Marisa –
Aqui, na PUC, você tem a oportunidade de conhecer pessoas diferentes, com problemas diferentes, no fim torna-se uma terapia em grupo, porque você pensa que os problemas são só os seus e descobre [-“Meu Deus do Céu!!! Isso aqui não é nada, aonde estão os meus problemas?”] que existem problemas mais sérios e você vê que nessa hora há uma compreensão de todo mundo. Todos querem, de uma maneira ou outra, ser solidários, ajudar com uma palavra, um abraço. Então, isso é importante, essa solidariedade que existe dentro do grupo, da classe.

JM - Então, se criam novas amizades?
Marisa –
Sim! Com certeza cria-se um elo. Existe fraternidade dentro do grupo e isto eu acho importantíssimo, porque você convive com pessoas diferentes que vêm de longe, Alphaville, Represa de Guarapiranga... É um curso que entusiasma as pessoas. Eu acho fascinante, faço uma propaganda danada.

JM - Eu vou lhe fazer algumas perguntas, praticamente palavras, para você me dizer o que pensa a respeito. Então vamos começar: o que significa a VIDA para você?
Marisa –
Vida para mim é tudo! Viver é o melhor presente de Deus. Se você está vivo, agradeça a Deus todos os dias. Principalmente, se está com saúde, trabalhando e podendo vir à PUC. Viver é muito bom. A vida tem problemas, mas é boa se você tem fé e acredita. Deve-se sempre pensar que o dia seguinte vai ser melhor do que hoje. É a força do pensamento positivo. Há tanta coisa linda e de graça para agradecer e, às vezes, as pessoas não percebem isso. Um por de sol na praia... Gente! A vida é um presente de Deus.

JM - E no extremo, a morte?
Marisa
A morte é inevitável. Ela faz parte da vida. Não existe vida sem morte. Tanto no reino animal, vegetal quanto no humano, não tem como fugir dela. Temos de encarar isso como uma coisa que vai acontecer um dia. Ainda bem que não sabemos nem quando e nem como. Temos de usufruir da vida da melhor maneira possível. A minha maneira de pensar é a seguinte, acho que temos que viver o hoje. O presente é uma dádiva de Deus. Amanhã, o futuro a Deus pertence, mas espero que seja melhor ou tão bom quanto hoje. Então, acho que viver o presente é o melhor que se pode fazer, porque se você for se preocupar com o amanhã, com antecedência, fica difícil, muito estressante. E, pensar na morte, para quê?  É a única certeza que se tem na vida...

JM - E a felicidade, o que é para você?
Marisa –
A felicidade para mim é viver e ter os meus netos, meus filhos, meu marido. Dia 16 de junho vai fazer 47 anos que eu o conheço e completamos 46 de casados. Sempre juntos... Há harmonia, respeito, amor e um carinho muito grande entre nós. Conseguimos passar isso para os nossos filhos e eles têm em nós um modelo. No casamento tem que haver doação, renúncia, de um lado e do outro, de ambas as partes. Deve haver cumplicidade, compreensão e muito amor, sem amor não há compreensão. E, principalmente, respeito. Um tem que respeitar o outro, porque ninguém é igual e achar que o casamento vai mudar as pessoas é um engano, ninguém muda ninguém. Minha maior felicidade são meus netos, eu sou vó coruja mesmo!!! São cinco netos e eu sinto uma falta danada de dois que moram em Tocantins. Vejo Tamires, 20, e Vitor, 8, só três ou quatro vezes por ano. E os três daqui, André, Guilherme e Luca, respectivamente, 15, 13 e 8 anos, são ligadíssimos em mim e eu neles. Para mim um abraço de um neto é a maior felicidade. Não tem tamanho.

JM - O que significa família para você?
Marisa –
Família é isso: união, respeito, fraternidade. Respeitar o lugar e a maneira do outro, do pensar do outro, sem querer invadir. Por exemplo, com minha filha, eu não invado a privacidade dela. Ela é ela, eu sou eu. Com os meus filhos a mesma coisa. É você compartilhar sem invadir o espaço do outro. Minhas noras são ótimas, gostam de mim e eu delas, nos respeitamos muito e o principal, elas amam meus filhos e eles as amam, são felizes. Então, família é isso: é ver e sentir que o seu trabalho foi bom. É o que eu digo para o meu marido: -“Nós fizemos um bom trabalho com os três”. Adoro essas coisas que a vida trás: filhos, netos, família...

JM - Fé?
Marisa –
Importantíssima. Tenho minha fé inabalável, tenho meu santo protetor, confessor e amigo, Santo Antonio. Os meus filhos brincam comigo, porque eu converso com ele e ele conversa comigo, não sei como, mas eu entendo as mensagens dele. Tenho fé, também, em Jesus e Maria. Deus existe!!! E ele está sempre do nosso lado. Tenho muita fé e tenho pena de quem não tem, porque é uma coisa que deixa a gente se sentir segura. Eu realmente acredito muito na solidariedade. Tendo fé, você sabe que precisa ajudar o próximo de alguma maneira, nem que seja com uma palavra, com um sorriso, qualquer que seja a maneira, você tem que ser solidário. É questão de humanidade. Cristo ensinou amar o próximo como a ti mesmo. É importante respeitar e isso acho que vem da fé.

JM - E o que você faz para se manter bem, para viver esse seu momento de vó, de idade? O que você faz para estar bem no seu dia-a-dia?
Marisa –
Primeiro, tudo isso que eu falei me faz sentir bem: ser mãe, ter netos, meu marido. E, segundo, é que eu gosto muito de mim. Olho no espelho e digo: -“Você é o máximo. Você está linda!” Eu me sinto bem comigo mesma. Gosto do jeito que me visto, sou uma pessoa ativa, estou de bem comigo, tenho paz interior e consigo passar isso para as pessoas. A primeira coisa que eu faço depois do meu banho é me arrumar como eu estou agora. Não é para ninguém é para mim e para quem está perto. Se é o meu marido, eu gosto que ele me veja arrumada. É uma consideração para com ele, para mim e para quem chegar na minha casa.

JM - E para a gente concluir que mensagens você gostaria de deixar para os nossos leitores?
Marisa –
Como diz aquele filme “A vida é bela”, você tem que ver aonde estão essas belezas. Muitas vezes estão próximas e, às vezes, as pessoas não notam. Então, não procure o amanhã, viva o presente e avalie as coisas boas que você tem na sua vida, o que está aqui do lado, uma amiga, um encontro com o neto... Eu sempre digo: -“Viva o hoje, o passado já foi. Pense no futuro, mas não viva em função dele. O futuro virá de qualquer maneira. Cada dia é um dia. Se você puder ajudar alguém, ajude hoje. Se puder dar um abraço, dê hoje”. Então, é isso que eu faço, eu vivo o hoje. E, como dizia minha mãe: -“O futuro a Deus pertence. Ele vem de qualquer jeito. Mas, o hoje é mais importante”.


Célia Gennari
celia-gennari@uol.com.br
Ignez Ribeiro
ignisignis@uol.com.br

 
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