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Amar ao próximo, seja ele quem for

Marli Di Nizo Manfredi Barongeno, nascida a 20 de julho de 1942, é nossa colega da UAM-PUC/SP. Chegamos ao conhecimento da dedicação de Marli aos seus muitos trabalhos sociais e espirituais através da Albanita de Paiva, sua fã de carteirinha e com razão, pois Marli, além de sua simpatia, simplicidade e espontaneidade, cativou-nos também pela transparência de suas atitudes e palavras, cheias de fé.

Nascida na capital de São Paulo, em plena Segunda Guerra Mundial, a filha de italianos sofreu todas as necessidades comuns a todos, advindas das dificuldades da situação da época. Criança esperta, bonita, teve uma infância cercada do carinho de todos os familiares – avó, tia, pais e dois irmãos.

Por volta dos cinco anos desenvolveu uma bronquite que a acompanhou até a adolescência e que, por vezes, a fazia dormir sentada, mas que nunca foi um peso para a menininha que já trazia dentro dela a certeza de uma forte vivência espiritualizada. Aprendeu a ler muito cedo e apesar das restrições da saúde, brincava muito e subia em árvores. Aos seis anos já tocava piano, o que sempre lhe deu muita satisfação, especialmente quando tinha a oportunidade de acompanhar seu pai que, como bom napolitano, gostava de cantar. Seguiu uma trajetória estudantil normal, complementada com estudos de violão, francês e inglês.

Começou a namorar cedo, aos 15 anos, com Álvaro Barongeno. Ele, estudante de Medicina Veterinária, dedicou-se, depois de formado, à área industrial da veterinária e soube, pacientemente, esperar sua amada formar-se em Direito para se casarem em 1957. Com duas filhas muito ligadas à família, estão juntos até hoje e quando saem a passeio ficam de mãos dadas, o que simboliza, carinhosamente, o equilíbrio de uma união estável e feliz.

Em suas orações...

Desde criança, foi uma constante na vida de Marli a preocupação com os outros. Com 5 anos já pedia a Deus que cuidasse de pessoas doentes, em situação de risco, crianças agredidas e sentia no seu coração que seria atendida. Era natural para ela estender também aos animais o seu cuidado e atenção, intercedendo por eles, em suas orações, para que não fossem maltratados e sacrificados.

Marli dorme pouco, mas não sente necessidade do sono porque tem facilidade para desligar a mente e recuperar suas energias quando e onde quer. Hoje, ela se levanta todos os dias, entre 2 e 3 horas da manhã e ora pelas pessoas que a procuram, com a sua Bíblia nas mãos. Esse exercício diário de fé e devoção, a capacita a superar muitos problemas, como a cirurgia que fez para extirpar um câncer do seio, e lhe dá a tranquilidade para dizer:

“Ela [a cirurgia] não significou nada, em si, era mais uma coisa que eu tinha que passar”.

Fez dessa provação mais uma oportunidade para orar e trazer esperanças para as pessoas que com ela estavam fazendo quimioterapia, mostrando-lhes a força da fé, a confiança em Deus, e que não é preciso se lastimar nem cobrar nada de ninguém.

Depois das orações, esmera-se em fazer um bom café da manhã para a família e, em seguida, preocupa-se em preparar o almoço. Aliás, ela gosta de cozinhar e o faz muito bem. Como dizem as filhas: “Como é bom fazer parte de uma família assim”.

Outras atividades

Mas há mais trabalhos na vida de Marli. Está presente em reuniões de ajuda caritativa todas a noites durante a semana. Desde o grupo de oração “Amados do Senhor”, às terças-feiras, na Igreja Nossa Senhora do Brasil como, também, às quartas-feiras, no grupo “Aliança da Misericórdia”, trabalho social dos padres Antonello e João Henrique. Às quintas-feiras Marli está presente à missa no Terminal da Rodoviária Bresser, num galpão cedido pelo Batalhão da Polícia Militar, juntamente, com os moradores de rua, toxicômanos, necessitados em geral. Aos domingos, às 18 horas, vai à missa ministrada pelo pe. Antonello, em um galpão de fábrica, também no Brás, quase sempre acompanhada pelo marido.

Gosta de ler e lê muito, de quatro a cinco livros ao mesmo tempo.

“Se eu quiser falar com Deus...”

Ela fala com Deus e sente dentro de si a presença e a força do Divino Espírito Santo.

Para Marli ajudar é natural, é por amor, como ela mesma diz: - “Não é egoisticamente, não é mandado, é coisa nata”. O desprendimento com que faz o bem e dá ajuda a quem precisa e pede pelos necessitados, só a ela pertence e só diz respeito ao seu coração.

É com muita devoção que lembra das palavras da Bíblia em I Corintios: 6:19:
“Ou não sabeis que o vosso corpo é Templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus, e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?”

E as palavras de Jesus no Sermão da Montanha em Mateus 6:3 e 4:
“Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita, assim a tua esmola se fará em segredo, e teu Pai, que vê o escondido, recompensar-te-á”.

Gosta de se vestir bem, mas isto não a impede de se relacionar com quem quer que seja, de qualquer nível cultural e social, principalmente os idosos, jovens e crianças estigmatizados pela pobreza, abandono, doença e de abraçá-los carinhosamente, ser abraçada, desejar o melhor, abençoar e se sentir querida e abençoada com muito calor humano. É uma troca que transcende à espiritualidade. Em qualquer lugar em que esteja nunca se sentiu fragilizada, roubada ou traída.

Mas Marli tem mais a dizer:

“As pessoas não devem parar de estudar, precisam manter-se informadas; não parar de amar o próximo, porque se amando ao próximo Deus dá bênçãos, não precisa ter religião... As pessoas, os jovens, idosos e crianças, precisam de muito amor, carinho e respeito. A família é o esteio de tudo... A gente não pode abandonar um filho, nem se ele estiver num presídio ou uma filha, mesmo se ela estiver num prostíbulo... O amor ao próximo é fantástico, você se realiza! Com o amor dentro de você o caminho sempre é fácil. Deus tira as pedras e, de repente, você nem percebe que elas existem...”

E conclui:

“Que os pais dêem mais amor aos seus filhos, não os deixem tão sozinhos e conversem mais com eles...”

E não se cansa de dizer:

“O Pai Nosso é a melhor oração... Como está em Mateus 6:6 – ‘Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á’. Mateus 9 a 15 : ‘Eis como deveis rezar: Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos daí hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nos perdoamos aos que nos ofenderam; e não nos deixes cair em tentação, mas livrai-nos do Mal. Porque, se perdoastes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas, se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará.”

Reportagem e Texto:
Célia Gennari e Ignez Ribeiro

Fotos:
Célia Gennari

 

 
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