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O relicário Grande Sera

Grande Sera

Por Gino Chiappara (2004)
Tradução por Maria Grazia Percussi e Betty Jona

Grande sera quando la finestra s’apre alla luna!

Grande noite quando a janela se abre para a lua!

Calda di parole sommesse

Quente de palavras escondidas

per um delírio sulle sponde

por um delírio pelas bordas

e il sibilo dell’ etere sparso

e o sibilo do éter esparso

strofina l’anima

mexe com a alma

-alle isole si confessa-

-às ilhas se confessam-.

In altre finestra per la stessa luna

Em outras janelas para a mesma lua

vociare d’ anime

as vozes da alma

lontananze dispendiose di memorie

distâncias dispendiosas de memórias,

come sono le solitudine.

como é a solidão.



Preme la calura, calano i sogni

O calor aperta, descem os sonhos.

raccontano d’ altre lune ghiacciate

Contam de outras luas geladas

e fantasmi sovrapposti agli albori

e fantasmas sobrepostos às alvuras

agli amori

aos amores,

gli amori dileguati

os amores fugidos

nella descrizione della mente

da descrição da memória

-cosi passa una nuvola-.

-assim passa uma nuvem-.



Fatuo ogani pensiero da te filtrato

Vazio cada pensamento por você filtrado

o luna appena uscita d’ altro orizzonte

Oh lua que acabou de sair de outro horizonte

per ogni vagabondo sulla strada,

para cada pessoa que vaga pela rua,

da terre mediterranee salita

de terras mediterrâneas emergida

o da mari filtrati da deserti

ou de mares filtrados por desertos,

il tuo colore.

a tua cor.

L’ antichità conduci a pascoli

A antiguidade você conduz a pastoreios

silenziosa nei miti.

Silenciosa nos mitos.

Tronca di mani, vuota d’occhi

Sem mãos, sem olhos

cantilene annunzi

cânticos você preanuncia

in versi a rovescio dell’anima

em versos ao contrário da alma

eppure scritti-ahi, mio limitare!

mas escritos – ai, meu limite!



Grande luna, appena uscita dall’universo

Grande lua, que acabou de sair do universo

e dal mio giorno

e do meu dia

sotto di te si ricompone uma veglia.

embaixo de você se recompõe uma vigia.

Morbidi gli anni quando fingevi

Suaves os anos quando você fingia

e chiamavi le vele nella tua scia.

E chamavas as velas no teu rasto.

Ascoltami! Per un respiro d’aria ascoltami!

Escute-me! Por um suspiro do ar escute-me!

Per te non rinnegherò il lamento dell’anima

Por você não renegarei o lamento da alma

ora che si è fatta spirito.

Agora que ela é espírito.


*O Sr. Gino Chiappara nasceu em 15 de junho de 1924. Vive na cidade de Sestri Levante, região da Ligúria, província de Gênova, Itália. Estudou Filosofia e Teologia.

Maria Grazia Percussi conheceu o Sr. Gino no Frantoio Bo (local onde é extraído da azeitona o azeite) na cidade de Sestri Levante.   

 

 

 

 

 
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