O sanduíche que nasceu no lombo de um cavalo
Ícone maior da cultura gastronômica dos Estados Unidos da América, o hambúrguer é um alimento em forma de sanduíche, feito geralmente de carne bovina, picada ou moída, grelhada, assada ou frita. É inserido entre duas metades de pão de formato esférico e acompanham condimentos e ingredientes como: Ketchup, mostarda, maionese, aros de cebola, alface, tomate, queijo ou bacon.
O hambúrguer é considerado o lanche mais popular do planeta Terra, e vendido por grandes multinacionais de comidas rápidas. O coitado é subestimado à categoria de alimento dos apressados, aqueles que não têm tempo de apreciar e saborear uma refeição bem elaborada.
Existem várias versões sobre sua origem. O que se sabe realmente é que ele nasceu há muitos anos, e que não há nada neste mundo que nos encante mais. Foi precisamente no século XIII, que cavaleiros tártaros picavam a carne dura e crua e colocavam-na sob suas selas durante as cavalgadas. Com o passar do tempo, o alimento se transformava em uma massa macia e fácil de mastigar.
No fim do século XVII, tribos nômades da Ásia Ocidental desenvolveram a técnica de temperar a carne bovina, finamente picada, a fim de evitar seu perecimento. Teve grande aceitação, já que dispensava o manuseio do fogo nos acampamentos.
Marinheiros alemães, que faziam a rota do Báltico, conheceram a receita, porém não toleravam comer a carne crua. Levaram a idéia para suas casas e passaram a cozinhá-la. Fez tanto sucesso que virou prato típico da culinária alemã.
O hambúrguer chegou à América do Norte, pelas mãos dos imigrantes alemães que partiram da cidade de Hamburgo no final do século XIX. Traziam a receita tradicional, que recebeu o nome de hamburg style steak (Bife ao estilo hamburguês).
No país da Coca - Cola ele foi aperfeiçoado. Para os americanos, ele não deve receber nenhum tempero, nem qualquer tipo de liga, o gosto da carne deve predominar. Na hora de dourá-lo o ideal é usar uma grelha ou chapa de metal, em fogo alto, para selar e manter o suco da carne no seu interior. Em 1836, no restaurante Del Monico’s, em Nova Iorque, o hambúrguer pela primeira vez passou a constar do cardápio no formato de sanduíche, entre duas fatias de pão.
Com a Revolução Industrial, no século XIX, popularizaram-se os almoços rápidos para os trabalhadores das grandes cidades, e ele despontou como opção prática, mas sempre rotulado como de pouca nutrição.
A partir dessa fórmula básica, surgiram variações e a iguaria ganhou apelidos, de acordo com os seus complementos: um exemplo é o cheeseburger (com queijo) que na década de vinte foi lançado por Louis Ballast, dono da lanchonete Humpty Dumpty, em Denver, no estado do Colorado e patenteado em 1935.
O hambúrguer nasceu no século XIX, mas teve seu apogeu no XX. Como fast food adquiriu um status especial, faz parte do alimento símbolo da culinária norte-americana, com o frango frito e a torta de maçã.
No Brasil, encontram-se versões diferenciadas a cada esquina. Devemos a sua introdução ao americano Robert Falkenburg, campeão de tênis em Wimbledon, que abriu no Rio de Janeiro a primeira lanchonete que seguia os padrões americanos. A casa passou a fazer parte da crônica social da cidade, ao ser frequentada por celebridades da época como Villa Lobos (1887 - 1959), o músico de jazz Booker Pittman (1909 - 1969) e outros.
Em um dos últimos Coex, fórum americano de estudos da alimentação, previu-se que o hambúrguer será o prato mais difundido no mundo até 2020, superando a famosa pizza. Será? Meu protesto...
Ao ganhar seu espaço pelo mundo, popularizou-se, caiu nas graças das mais diversas culturas. Países com diferentes costumes introduziram o hambúrguer com adaptações locais, como na Índia, que utiliza a carne de carneiro no lugar da carne bovina.
Para alguns especialistas desse sanduíche, os seus dias estão contados... Há uma corrente da sociedade pró comida sadia, que luta para que mudem o processo de sua composição e elaboração. Para outros é um alimento equilibrado, pois contém carboidratos, proteínas e vitaminas. Apologia de alimento saudável ou não, fica para quem quiser fazê-la. Porém o verdadeiro perigo está na frequência como é consumido, e os seus acompanhamentos típicos, nas doses semanais, mensais ou até se alimentar exclusivamente dele.
Como o tempo é o senhor de tudo, o velho e bom hambúrguer fará o impossível para preservar sua identidade, resistirá a todas as polêmicas e sempre terá uma legião de admiradores.
Sueli Carrasco
sueli.carrasco@uol.com.br
Fontes:
Disponível em: http: //pt.wikipedia.org/wiki/Hamb%c3%Barguer
Acessado em 10/03/2009
Disponível em http://taste.oul.com.br/news/remplantes/noticias.asp?idNoticias=2270
Acessado em 09/04/2009
Disponível em http://es.wikipedia.org/wihi/hamburguesa
Acessado em 17/03/2009
Trujillo, Victor. Especial Hamburguesas: Disponível em www.muchogusto.net/especiales/especial.php?especial=hamburguesa
Acessado em: 17/03/2009