Não é bem assim, o arroz nosso de cada dia freqüenta a mesa de mais de dois terços da população mundial. Muitas vezes é o prato principal e até o único alimento da maior parte da população asiática. Existem mais de 11 mil tipos de arroz, e com eles podem ser feitos desde pães até bebidas.

Sua origem? Uma planta silvestre de algumas regiões da Índia. Seu cultivo? É tão antigo quanto a própria civilização. Há grandes referências encontradas na literatura chinesa, na qual alguns historiadores afirmam que o primeiro cultivo foi na Ásia, para depois conquistar sua saga pelo mundo. Do continente asiático foi para o norte da África. Na Espanha, entrou através dos Árabes, e de lá, foi levado para a Itália e cultivado próximo de Pisa. No continente americano, a introdução foi no sul dos Estados Unidos, teoria contestada ferozmente por autores brasileiros.

No Brasil, era um cereal nativo. Pesquisadores contam que integrantes da expedição de Cabral, regressando de uma peregrinação em território nacional, colheram um arroz de tipo selvagem, que os tupis chamavam abatiapé – milho de casca, que, conforme descrito nos registros de Américo Vespúcio, era pouco valorizado pelos nossos índios.

O arroz polido veio para o Brasil com os colonizadores portugueses, para ocupar seu lugar definitivo em nossas mesas. Por não se bastar sozinho como refeição, nós, como somos um povo criativo, agregamos o feijão, mistura singular e inigualável consumida de norte a sul.

Foi D. João VI o responsável pela inclusão do arroz na alimentação do nosso Exército. Os soldados o comiam regularmente na “bóia”, assim chamada pelos feijões que boiavam nele.

Na época, o habitual era comê-lo cozido em água e sal, compacto, quase um pirão, aquele ao qual chamamos atualmente de arroz carnavalesco, porque vai à mesa em blocos. Arroz soltinho e seco viria acontecer mais tarde, batizado de arroz branco. Nunca dispensava os cuidados na fervura e o momento certo para interromper seu cozimento.

Arroz, história complexa: economia e sobrevivência de muitos países ou símbolo de fecundidade quando atirado sobre os recém-casados. Mas, para nós, simplesmente arroz, alimento que aqui no Brasil não dispensamos.

Fontes:
www.vivernocampo.com.br/agricultura/historiaarroz.htm - 26/07/2004
www.cerealistamilani.com.br/historia.htm - 26/07/2004