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Sonhos

Os sonhos sempre intrigaram o homem. Para os povos antigos era a chave do conhecimento espiritual, onde seriam reveladas passagens secretas para fatos do passado, presente e futuro.

Em psicologia, a análise do sonho é utilizada como ferramenta para o terapeuta. Sigmund Freud definiu o estudo do sonho e a interpretação do mesmo como “a estrada mestra para alcançar o conhecimento”. Li que os sonhos são “o passeio noturno da alma” (revista Mia de 29/07/01, “Dossier psico, interpretar y programar tus sueños” por Gloria Garrido).

De acordo com o dicionário Aurélio Buarque de Holanda, sonho é um conjunto de idéias e imagens que se apresentam ao espírito durante o sono; utopia; fantasia ou biscoito de farinha de trigo e ovos, frito em óleo passado no açúcar. Neste último conceito, o Aurélio se refere à deliciosa iguaria de padaria.

E para se ter esse sonho, é só sonhar com um doce redondo, muito fofo. Melhor do que sonhar é ir até a padaria ou confeitaria e saboreá-lo.

O nosso sonho tem vários irmãos espalhados pelo mundo, o Berliner na Alemanha, o Buñuelo na Espanha e o mais famoso, o Donut ou doughnut, assim chamado nos Estados Unidos. É um pequeno bolo, com furo no meio (forma de rosquinha) de massa açucarada frita, com recheios e coberturas as mais variadas.

Conta o livro “Oxford Companion to Food”, de Alan Davidson, que a receita da tal delícia foi trazida para a América pelos colonos holandeses. O registro mais antigo que se tem dos doughnuts, data de 1809, onde Washington Irvaning, em seu livro “História de Nova Iorque”, relatava como as donas de casa holandesas costumavam fazer grandes pratos de esferas, bolas ou pelotas de massa de pão açucaradas, fritas em gordura de porco, e chamadas por elas de oly koeks.

Hanson Gregory em 1847 reivindicou a receita como sua e o furo também. Conta-se que ele era capitão do mar, e a bordo de um navio de transporte de frutas, comia um sonho, quando de repente no meio de uma tempestade a embarcação balançou violentamente e o jogou de encontro ao leme do navio, furando seu bolo. Gostou tanto do formato que passou a requisitar furos em todos seus bolos. A notícia se espalhou rapidamente. Para incrementar, outros capitães teriam acrescentado nozes à receita. Aí o porquê do nome “doughnut”: “dough” que significa massa em língua inglesa, e “nut” significa noz.

Na década de 40, os donuts de William Rosemberg faziam tanto sucesso que as fábricas da Nova Inglaterra ajustavam o horário do lanche ao seu itinerário. Para facilitar, as rosquinhas seguiam envoltas no açúcar e o café sem açúcar. Os clientes mergulhavam o doce no café, antes de saboreá-lo.

Este modo de degustação chamou a atenção do cientista britânico Len Fisher, que estudou dois métodos de mergulhar o donut, o vertical e o horizontal. No seu livro “A ciência do cotidiano”, ele explica que no segundo tipo de mergulho, o café demora quatro vezes mais para entrar no doce, e é o que o mantém inteiro para ser mordido.

Nos Estados Unidos os donuts viraram mania nacional. Com isso tornou-se ator presente nos episódios do desenho Simpsons, que satiriza o cidadão norte-americano de classe média.

“Os sonhos mais lindos sonhei, de quimeras mil um castelo ergui” (...) assim diz a canção Fascinação, que faz parte da trilha sonora do filme “Depois daquele baile” do diretor Roberto Bomtempo, onde brilham atores como Marcos Caruso, Lima Duarte e a atriz Irene Ravache. História de amor na terceira idade, onde a fidelidade entre amigos é o tema central. Vale assisti-lo pela trilha sonora, pelas locações maravilhosas, pelos diálogos bem elaborados e pela autenticidade dos costumes mineiros.

Voltando ao sonho brasileiro, o meu principalmente, é querer acreditar em um país onde exista mais justiça, onde não haja violência, onde saúde e escolaridade sejam prioridades para todos; onde os preconceitos façam parte do passado; onde o cidadão seja respeitado com a dignidade que ele merece. Preciso que esta utopia aconteça num futuro bem próximo, por mim, pelos meus e por quem mais vier. Só não quero que ele acabe como a canção. “Foi tudo um sonho, acordei”.
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Enquanto essa fantasia e quimera não chegam, só me resta o outro tipo de sonho, aquele que fica na vitrine da padaria em frente a minha casa...

Sueli Carrasco
sueli.carrasco@uol.com.br

Fontes:
FREITAS, Renata. Um sonho, um amor. Revista Alta Gastronomia nº 34. AW Editora: São Paulo.

Donut. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/.
Acessado em 1/ 7/2008

www.mundodasmarcas.blogspot.com/2006/05 .
Acessado em 5/11/2008

 
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