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O envelhecer sob um novo olhar

Sob um prisma geral, a palavra "velho" traduz-se não somente em um indivíduo idoso, mas também na descrição de algo desgastado, antigo. Isso faz rascunhar no imaginário das pessoas os paradigmas negativistas das concepções de envelhecimento e velhice.

O processo de envelhecimento, inerente à evolução humana, foi estigmatizado como uma era de involução, de improdutividade social, econômica e intelectual, dentre outras. Qualquer idoso que ouse burlar tal rótulo será considerado um herói... ou vilão...

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a longevidade será uma realidade marcante e elevará o Brasil à sexta posição mundial em 2025 e, os avanços na medicina curativa e preventiva contribuem com esses índices e a melhora da qualidade de vida.

Em nosso país, as aposentadorias geralmente são concedidas aos 65 anos para homens e 60 anos para mulheres.

Notamos nos últimos tempos, uma pequena onda de "desaposentadorias", em que por falta de mão de obra qualificada, especializada em certos setores, alguns idosos são reconvocados para assumirem seus antigos postos de trabalho.

Apesar do olhar de retrocesso do envelhecimento, muitos políticos engajados e atuantes, notemos, são idosos. Desejam se eleger vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores e até presidentes, mesmo com seus 70, 75 anos. E o que dizer do Papa? Oitenta e um anos, que segundo o molde de involução imposto pelas pessoas, seria a idade mais do que certa de improdutividade, o que é prontamente rebatido quando o vemos na figura de maior representatividade da religião católica.

E o que dizer de músicos dos anos 60 que continuam fazendo shows e turnês mundo afora e encantando gerações?

Com certeza, são os rebeldes (os diferentes); ou os corajosos...!

Mas a maioria não vive essa realidade.

Muitos são saudáveis e convivem bem com suas doenças controladas e fragilidades; outros vivem suas rotinas com suas limitações físicas, cognitivas, financeiras e principalmente sociais, como o preconceito, a segregação, o rótulo, os maus tratos, a incompreensão, a falta de solidariedade, a solidão...

A imagem que temos do idoso e sua autoimagem devem ser reconstruídas, reformuladas. Devemos nos reeducar e educar as pessoas, em especial as crianças e os jovens, para que sejam visionárias de seus próprios futuros. Lutar por políticas públicas que tornem digno o papel do idoso, sim, mas a grande revolução certamente está na mudança do pensar sobre a velhice.

E pensar sob a ótica do idoso, inserindo-o como primeira pessoa e não tratarmos sempre a sua figura na terceira pessoa, sob a nossa ótica.

Terão voz e serão ouvidos.


Beth Hong (Hee Jeung Hong)
Médica e Mestranda em Gerontologia pela PUC-SP
hongbeth@hotmail.com

 

 
 
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