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A SEMPRE ESCRITORA MARIAM

Estivemos com Mariam O. Baidarian, 68 anos, completos no dia 19 de abril, para fazer mais uma agradável entrevista nas dependências da UAM – Universidade Aberta à Maturidade da PUCSP. Aliás, entrevistamos uma pessoa que nasceu no mesmo dia do “Rei” Roberto Carlos. A nossa entrevista foi realizada no dia 19 de outubro, exatamente na data em que se completam 41 anos que Mariam chegou a São Paulo.


Como destaque feliz na sua vida, Mariam relembrou quando editou por conta própria seu primeiro livro. Para comemorar, ela fez um jantar para 70 amigos. Foi um momento de realização. Também falou do momento atual e da repercussão de sua apresentação no programa da Ana Maria Braga. E como melhor coisa que aconteceu na sua vida, destacou a mudança de Uberlândia para São Paulo.

Jornal Maturidades – Por que você veio para São Paulo?

Mariam – Eu sempre fui maluca por São Paulo. E deixei meus pais loucos, né? Um dia, brincando, eu disse: “Se vocês não forem, eu vou sozinha”. Aí, eles resolveram mudar.

Jornal Maturidades – Como foi aqui?

Mariam – Eu fiquei cinco anos querendo trabalhar, mas como não tinha prática nem nada... Mas eu sabia que não queria ficar em casa de novo, dando aula. Foi quando surgiu um concurso no Poder Judiciário. Inscrevi-me, passei e fui trabalhar numa coisa que não tinha nada a ver comigo, ou com o que eu queria.

Jornal Maturidades – O que tinha a ver com você?

Mariam – Eu sempre gostei muito de publicidade, mas sem prática não adiantava. Eu gostaria muito de ter sido publicitária ou jornalista.

Jornal Maturidades – Até que ano você estudou?

Mariam – Eu fui professora. Fiz o curso normal. Depois comecei Letras, mas parei.

Jornal Maturidades – Você é aposentada?

Mariam – Sim. Me aposentei no Poder Judiciário em meados de 1995, mas continuava escrevendo e correndo atrás das coisas que eu sempre gostei.

A menina nascida e criada em Uberlândia [MG], teve uma boa infância. Filha única, conviveu com o zelo dos pais que a criaram muito fechada e acabou deixando-a um pouco tímida. Com 20 anos ela já compunha,lecionava piano para iniciantes  e inglês para reforço. Seu pai chegou a trazê-la para São Paulo para  encaixá-la na música, mas era muito difícil e com o passar do tempo ela desistiu. Ela nos contou que fazia até letra em inglês. Na música ela se considerava a própria “compositora Porcina”, que era sem nunca ter sido.

Mariam – Sempre gostei muito de escrever. E na hora de reler se eu achasse que não estava bom, jogava fora. Mas às vezes eu me surpreendia com alguma coisa que eu tinha escrito e aí eu guardava.

Jornal Maturidades – Conte sobre as suas publicações.

Mariam – Em 2001 lancei, por conta própria, o meu primeiro livro, mas escrevi só para os amigos. A turma gostou. O segundo, de crônicas e poesias, “Para Concordar ou Discordar” lancei na Bienal de 2008. Fiz também o áudio book, contendo as mesmas coisas, mas não foi narrado por mim.

Jornal Maturidades – Como é seu processo criativo para escrever?

Mariam – É uma coisa interna. Muita coisa do que escrevo é atemporal. Não tem uma sequência. São crônicas e poesias.

Jornal Maturidades – O que você gosta de escrever?

Mariam – Eu gosto muito de escrever crônicas e por metáforas.


Mariam, apesar de gostar de escrever crônicas e poesias, não gosta de escrever cartas!


MARIAM NA PUC

Jornal Maturidades – E como você chegou aqui na PUC?

Mariam – A vizinha da minha prima a convidou para fazer o curso e ela me convidou também. Eu vim e gostei tanto que estou aqui há quase 9 anos.

Jornal Maturidades – O que mais te atraiu na PUC?

Mariam – Eu gostei do curso, das amizades que eu fiz... Eu entrei meio acanhada. Eu falo para as pessoas que sou tímida, mas ninguém acredita. Às vezes eu morro de vontade de fazer uma pergunta durante a aula, mas não o faço porque tenho vergonha. É claro que tem matérias que não fazem o meu gênero, mas tudo bem. Mas eu gosto demais daqui. Um dia eu vou sair daqui, porque eu vou morrer, né?

Jornal Maturidades – E como você ingressou como colaboradora do Jornal Maturidades? Afinal, você é uma de nossas principais escritoras do ícone Palavra Poética.

Mariam – Quem me convidou foi a Rosa. Escrevi uma matéria para o Jornal e não parei mais. Oportunidade que eu agradeço a todas as integrantes do Jornal.

MARIAM NA TELEVISÃO

Jornal Maturidades – Você foi entrevistada no Programa da Ana Maria Braga da TV Globo. Como você conseguiu chegar lá?

Mariam – Foi uma amiga que apresentou alguém da produção dela. Levou o meu material, que despertou o interesse da produção. E, um domingo antes, o Faustão, no quadro “Vitrine do Faustão”, mostrou o áudio e o livro.

Jornal Maturidades – E como você se sente?

Mariam – Estou feliz, porque é muito difícil a divulgação. Em livraria... eu tenho de correr atrás, porque eu ainda não posso pagar um divulgador ou agente. Não sou nenhum Paulo Coelho.

Jornal Maturidades – Como está sendo a repercussão?

Mariam – Depois que apareci lá no programa da Ana  já recebi e-mail até dos EUA. Pessoas têm me ligado, pedindo por favor para eu fazer o livro da história do meu pai, armênio, para ela não morrer.

Jornal Maturidades – Quando seu pai chegou aqui no Brasil?

Mariam – Não me lembro. O irmão dele, que é pai dessa minha prima que eu comentei que me trouxe para a PUCSP só se salvou do genocídio armênio de 1915, porque quando eles levavam as pessoas para fuzilar, a mãe dele caiu morta em cima dele e ele se fingiu de morto. Isso está na biografia dele. Meu pai chegou ao Brasil bem depois do genocídio...

Jornal Maturidades – Parece estória que a gente vê em filmes.

Mariam – Mas daria um filme. Meu pai foi testemunha ocular da história. E, na época que ele veio para o Brasil... Ele conhecia a história do Brasil melhor do que eu. Meus pais amavam o Brasil.

Jornal Maturidades – Seu pai trabalhou no que?

Mariam – Ele tinha comércio. Uma loja de calçados. Armênio é só sapato! [risos]

Jornal Maturidades – O que você não gosta?

Mariam – Eu não leio livros de auto-ajuda. Até vai contra um pouco da linha do Jornal Maturidades, mas eu odeio auto-ajuda. Inclusive escrevi recentemente uma crônica que diz “Livro de auto-não-ajuda”, porque esses livros parecem receita de bolo. Mas para mim falta o essencial, que é o fermento do bolo, que seria a solução. É auto-ajuda financeira para quem escreveu, né?

Jornal Maturidades – Qual sua religião?

Mariam – Eu sou Católica, entre aspas, porque eu não frequento. Só vou em missa de 7º dia pelos vivos, para cumprimentar aquele que perdeu alguém. Em matéria de religião eu posso dizer que eu sou freelancer, mas respeito todas. Não sou à toa, nem atéia. Converso com Deus e até brigo com ele. Minha mãe se converteu ao catolicismo e ia todo domingo à Igreja. Eu puxei meu pai, que era cético até demais. Eu não tenho essa necessidade de me encontrar em alguma coisa.

Para responder o que pensa sobre religião, Mariam sugeriu que os leitores leiam a página 67 do seu livro "Para Concordar ou Discordar", cujo título é CREDO.

Jornal Maturidades – Você mora sozinha. Como é viver assim?

Mariam – Eu vivo bem sozinha. Se tivesse alguém seria melhor, mas se não tem, não vou morrer por conta disso. Eu saio muito!

Jornal Maturidades – O que te atrai no ser humano e o que não te atrai?

Mariam – O que mais me atrai é a sinceridade, a autenticidade. Não suporto gente dissimulada.

Jornal Maturidades – Como você lida com isso?

Mariam – Com a falsidade eu lido muito mal. Fico mal quando eu percebo, mas passa logo, pois não guardo rancor.


"A autenticidade nos cobra um preço muito alto para que possamos usá-la sem corrermos qualquer risco" Mariam

CURTINHAS

Jornal Maturidades – Morte. Você se preocupa com ela?

Mariam – Não.  A única coisa que peço a Deus é para não me deixar inválida ou sofrendo, até porque não tenho nem com quem contar. Eu queria morrer igual minha mãe, do coração. Para mim morreu, acabou.

Jornal Maturidades – Família?

Mariam – É muito importante. É a base de tudo. Se tivesse mais convívio familiar não estaria acontecendo tanta coisa como acontece hoje. Não estou vendo muita luz no fim do túnel. Segurança é uma coisa que anda me assustando muito.

Jornal Maturidades – Amigos?

Mariam – Muitos eu fiz aqui. São importantíssimos. A PUC foi muito importante para mim. No meu jeito de ser. Eu era muito fechada.

Jornal Maturidades – Viver?

Mariam – Primeiro você tem que tentar viver da melhor forma possível, apesar dos momentos de altos e baixos. Saber superar certas coisas, porque se você não souber superar, vai cair em depressão.

Jornal Maturidades – Quando você não está bem...

Mariam – No momento eu estou muito contente com a minha vida. Mas quando eu não estou bem, eu saio. Faço shopping terapia. É a melhor forma que tem de melhorar qualquer ânimo e é mais barato do que pagar terapeuta. [risos]

Mariam recomenda para as mulheres que só ficam na frente da televisão ou fazendo artesanato, que façam também um curso do tipo que a UAM oferece. Orienta que façam alguma coisa!!! Hoje em dia vale mais ser atualizada do que culta. Ou seja, saber um pouco de cada coisa.


Entrevista e Fotos
Célia Gennari
celia-gennari@uol.com.br
Ignez Ribeiro
ignisignis@uol.com.br

 
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