Crêpes Suzette
Disse a lenda que em 1895 o garçon francês Henri Carpentier, do restaurante Maître de Monte Carlo, errou lamentavelmente ao preparar as panquecas da sobremesa de um dos freqüentadores mais ilustres do restaurante, o Príncipe de Gales, o futuro rei Eduardo VII. Ao banhar os crepes, Carpentier exagerou na dose de licor, com o que as panquecas acabaram se inflamando no réchaud. Sem saber o que fazer, ele teve uma reação corajosa gritando Voilà! E serviu o prato. O príncipe gostou tanto que perguntou o nome da sobremesa. O Maître improvisou a resposta dizendo que era crêpe princesse. O futuro monarca solicitou então que fosse mudado para crêpe Suzette em homenagem à sua companhia da noite. Alguns dias depois, Henri Carpentier recebeu como presente um anel de brilhantes, um chapéu panamá e uma bengala.
O fato verdadeiro, entretanto, parece ser bem diferente. Em 1895, Carpentier tinha apenas 14 anos e jamais seria designado a atender o príncipe. Mais tarde, ele ficou famoso e até chegou a chefe na casa dos Rockfeller. Ele gostava de repetir esta história que ele narrou no seu livro Life à la Henri. Além disso, dizem que em 1890, o grande Escoffier, um dos pais da cozinha moderna, já flambava os seus crepes e dizia que esta receita datava da Idade Média, quando preparada para a festa da Virgem Maria, dia 2 de fevereiro.
Falando ainda em lendas, dizem que quem tocar o cabo da frigideira dos crepes nesse dia, segurando uma moeda, terá muita sorte e fortuna.Também vale ressaltar que a receita original emprega o suco de tangerina, mais sutil que o de laranja com o qual ficou conhecido.
Viviane Bigio
vibigio@uol.com.br
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