PARTIDA*
Por Elizabeth Henreid**
Quando ao berço da terra voltar
e no infinito me integrar,
não molhe teu pranto minha terra.
Tuas mãos espalhem sementes,
para me tornar em flor presente,
e assim em lembrança poder renascer.
Que venham abelhas
e me transformem em mel.
que tua boca irá adoçar.
Se em árvore me transmutar,
nos meus galhos venham aves pousar,
abrigando, à minha sombra, seus ninhos,
e a teu sono, minha paz.,
Lembra meu riso e meu canto
Nada de pranto!
A lágrima caindo,
Lembra apenas quanto te amei.
*Texto extraído do livro “A vida também passa assim”, organizado por Nery Nice Biancalana Reiner em 1995. Coletânea de poemas dos alunos da Universidade Aberta para a Terceira Idade da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
**Elizabeth Henreid foi aluna da 2ª turma do Curso da Maturidade da PUC/SP, no qual participou até a data do seu falecimento, dezembro 2005. Descendente de artistas alemães, também seguiu a carreira de atriz, atuando sempre ao lado de Cacilda Beker. Casou com Ruy Affonso, um dos quatro fundadores dos Jograis.
|