Gratidão

Por Esmeralda Maria Luiza Molica Rezende

Meus amados,

Um século e mais um ano já se passaram desde que abri os olhos com encantamento neste mundo de Deus. Desde então, a vida me concedeu incontáveis bênçãos, e entre todas elas, a capacidade de me maravilhar. Cada experiência permitiu que eu a apreciasse cuidadosamente. 

Quão afortunada tenho sido! Neste momento, perpassam diante meus olhos todos os momentos, alguns de inefável beleza, outros mais difíceis, mas não menos belos, pois me conferiram a têmpora e a sabedoria.

Como já disse em outra ocasião, o tempo é um revelador extraordinário! Como é maravilhoso relembrar minha infância, meus anos de juventude, o encontro com meu amado Arthur, a infância e juventude de minhas filhas, a grande dadiva de me tornar avó.

Ao longo de minha vida, sempre procurei ver as coisas com o olhar do coração. Se somos criadores da nossa própria vida, por que não experimentá-la com um sorriso? Este sorriso no decorrer de minha existência sempre foi capaz de suavizar as arestas do destino.

Vou experimentar o abandono dos pesos desnecessários, vou exercitando o desapego das coisas supérfluas. Tento ser como o pássaro que canta lá fora neste instante; tento ser como a árvore que faz a sombra amena; também como o sol que reflete a vida a cada segundo.

Meus queridos; mais um ano se passou, e outro se abre mostrando sua magia e suas promessas. É tempo de agradecer. Quero expressar minha gratidão pelo milagre da vida; pela minha saúde e bem estar; pelas bênçãos que fluem para mim e através de mim; pelas maravilhosas oportunidades e possibilidades que a vida tem me oferecido.

Agradeço, sobretudo a Deus pelo privilégio de me proporcionar todos estes anos na companhia de minha família adorada e amigos queridos.

Acima mencionei a grande dádiva de me tornar avó. Meu amado neto Victor, este agradecimento especial é para você. Palavras não são suficientes para expressar o orgulho e contentamento que sinto por você ser quem você é. Este menino amoroso, carinhoso, que tantas alegrias me tem proporcionado. Ah, Victor querido, quando você toca para mim, é a musica das esferas que ouço! E quando você deita sua cabeça no meu colo, vivemos momentos da mais pura ternura. A sensação é indescritível! Sinto-me como se eu fosso a dona do mundo! Obrigada, meu neto, por nossa comunhão de almas! Nesta comemoração dos meus 101 anos, quero que saiba que me enche de contentamento a cada conversa, a cada vez que o ouço tocar, a cada momento de silencio e descanso em meu regaço.

Obrigada, obrigada, obrigada!

A todos vocês que me cumprimentaram pela passagem do meu aniversário, meu carinhoso abraço.