ESTAR INFORMADO
Nos dias de hoje, nossa vida é invadida por inúmeras notícias e informações, através de jornais, revistas, televisão e Internet. Por conta disso, há uma necessidade de estar informado, de se mostrar atualizado, de entender de tudo um pouco, mesmo que superficialmente. Poder discutir sobre qualquer assunto sempre foi uma marca de cultura e atualização, mas hoje temos que estar informados, inclusive sobre futilidades que são veiculadas, para não ficar "por fora" e sem assunto.
Ficamos perdidos, pois não conseguimos guardar tudo na memória e isso nos irrita. Como nossa memória é limitada, precisamos filtrar todas as informações que chegam a nós. Este filtro deve ser desenvolvido por cada um, com nossos critérios individuais e, dependendo das circunstâncias, ele é mais ou menos rigoroso. Nossa atualização depende do que julgamos importante e não necessariamente do que está na moda, portanto devemos ficar atentos a esse filtro. Se somos muito exigentes, querendo saber sobre tudo, sem nenhum critério de seleção, ficamos sujeitos a um estresse informativo, um desgaste prejudicial à saúde mental. Nossa curiosidade tem que ter um freio, principalmente quando chega a ser uma mania de não poder passar um dia sem ler jornais, ver tv, abrir o computador, etc...
Temos também de ter o cuidado de verificar as fontes das informações, já que hoje todos podem dar sua opinião sobre qualquer assunto, sem referenciá-lo, isto é, colocar a literatura, ou pesquisa séria que serviram como base para o texto em questão. Vemos vários sites de notícias e blogs com opiniões pessoais que podem parecer verdades científicas. Isto é bom já que podemos expressar nossas opiniões e colocá-las para uma discussão sobre um tema.
Mas o objetivo é somente este, abertura à discussão. Vemos também várias reportagens e entrevistas nos jornais, revistas e tv, sem um mínimo de crivo, onde qualquer um pode falar sobre qualquer assunto, normalmente buscando impacto, sensacionalismo. O propósito é o aumento nas vendagens e audiência. Não devemos acreditar em uma opinião ou notícia simplesmente porque o autor ou entrevistado é pessoa famosa. Mesmo doutores e especialistas têm opinião pessoal normalmente não compartilhada por toda a comunidade científica. "Há controvérsias" e isso é cientificamente saudável. Isto pode acontecer em relação a pessoas públicas, como artistas e políticos, onde uma fofoca pode ter consequências desastrosas, ou com notícias científicas com manchetes de impacto descobrindo, por exemplo, a cura do câncer. Hoje vemos que o consumo de ovo é ruim, mas amanhã dizem ser necessário. Isto tudo pode nos deixar confusos, sem saber o que acreditar, ou confiar. Então, o importante é buscar a origem da notícia, analisar o que realmente foi descoberto, discutir o assunto com outras pessoas e chegar à própria opinião.
Levando em consideração este bombardeio de informações a que estamos submetidos, vemos que além deste lado ruim e conflitante, existe um lado bom, como em tudo na vida. O lado bom é que não ficamos mais à mercê da opinião de um médico sobre nossa doença, já que podemos pesquisar na Internet o mal que nos acomete, conversando com o especialista sobre nossas dúvidas e possíveis tratamentos. Podemos discutir nosso futuro com mais solidez, sem necessidade de confiar cegamente em alguém.
Portanto, frente a todas as informações que nos chegam, devemos primeiramente filtrá-las e depois buscar fontes confiáveis, para poder distinguir o que é sensacionalismo ou opinião sem embasamento, daquilo que realmente é importante e verídico, tudo isso com raciocínio lógico, questionando sempre sobre os fatos apresentados.
Esta é a opinião que também deve ser discutida e questionada pelos leitores.
Profª Rosa Maria R.P.S. Castro