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A Arte e o Computador

E Por Falar em Pedras

Como falei na crônica anterior, para se chegar a bom termo na solução de algum problema, às vezes é preciso ajudar com pedras.
Entretanto, nem sempre isso dá certo.

Vejam só. Tinha eu oito ou nove anos e morava na Rua Rodrigues Alves, lá na minha Vila Tibério. Certa manhã ensolarada, saí para a rua e notei que um bando de andorinhas invadira o espaço fazendo revoadas, vi também alguns moleques meus amigos a atirar pedras tentando acertar alguma avezinha, mas qual, não acertavam coisa nenhuma. Foi então que me animei e entrei na brincadeira.

Peguei uma pedra perdida na rua, apontei e pum... acertei. É, acertei a vidraça do vizinho da esquerda. Não tive culpa. A culpa foi do vidro que não se esquivou como faziam as andorinhas. O seu Zico, o vizinho, viu tudo e contou pra minha mãe. Resultado: umas boas palmadas no bumbum e um choro rápido. Meu pai pagou o vidro e o seu Zico fez o serviço. Nunca mais quis saber de espantar andorinhas.

Voltemos à questão das pedras. 
Alguém me contou que os soldados franquistas, na guerra civil espanhola, tinham como lema:“Fe en Dios y en la puntería”. É isso, para se ter sucesso ao ajudar com pedras, será preciso“puntería”.

Um que teve muita pontaria ao lidar com pedras, sabe quem foi? Carlos Drummond de Andrade. “Tinha uma pedra no meio do caminho/ No meio do caminho tinha uma pedra”. Por falar em Drummond... eu não o conheci pessoalmente, mas, estando no Rio, a serviço de algum banco, o gerente que eu entrevistara me contou que o poeta era seu cliente e amigo e se eu quisesse um livro autografado pelo ilustre personagem, ele conseguiria. E foi assim que, uma semana depois, recebi em minha casa, pelo correio: “DE NOTÍCIAS & NÃO NOTÍCIAS FAZ-SE A CRÔNICA”. Lá está, com sua letra caprichada: Ao professor ..., pelas mãos amigas de ..., cordialmente, Carlos Drummond de Andrade -  Rio, 27 janeiro 1976.

Sessenta e oito deliciosas crônicas feitas de notícias – o real comentado – e de não-notícias – a livre imaginação do cronista. Neste livro, Drummond estabelece novo conceito de crônica. Ele consegue tirar, dos acontecimentos e de si mesmo, a lição raramente amarga, mas sempre de fraterna simpatia pelo ser humano.

Pois é, estava falando de pedras e perdi o fio. Essa, de “perder o fio”, me lembra daquela piada do padre que estava no meio do sermão e, de repente, pára, demora um instante e, constrangido, diz para os fieis:“perdão, caríssimos, perdi o fio”. Imediatamente, salta um caboclo, no corredor do meio e, de facão em punho, grita para os paroquianos: “Ninguém sai daqui sem dizê quem robô o fio do seu vigário”. 


Pano rápido!!!


Prof. Waldir Bíscaro
awbiscaro@uol.com.br

 


 
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