Selecione abaixo a informação que deseja visualizar.

Página Inicial
Curso da UAM
História do Jornal
Quem Somos
Crônicas
Astrologia
Aspectos Biopsicossociais
Com a Palavra o Professor
Gente Notável
Entrevista
Eventos & Notícias
Palavra Poética
Sabor & Saber
Turismo
Curiosidades
Caça-palavras
Cultura & Lazer
Carta do Leitor
Edições Anteriores
Videoteca
Galeria de Imagens
Fale Conosco
  Cadastre-se

 

 

 
Página inicial
  
  Na Educação Física... a Maior Alegria  

NA EDUCAÇÃO FÍSICA, A MAIOR ALEGRIA...

Não considero uma conquista pessoal, mas sim a vitória de uma classe – a dos professores de Educação Física. Não sei explicar exatamente o procedimento legislativo, mas contarei o fato. Na Faculdade de Educação Física de Santos estudavam vários astros do futebol brasileiro, inclusive Pelé. A Diretora, Professora Rosinha Viegas, pediu a ele, ao Carlos Alberto e talvez a mais algum deles, para pleitear uma audiência com o Presidente Emílio Garrastazu Médici. Entre outras solicitações, seria pleiteada a regulamentação da Educação Física, aguardada há mais de 30 anos e que abriria um extraordinário campo de trabalho para os profissionais do esporte.

O Brasil havia acabado de vencer a Copa do Mundo de 1970 e o Presidente demonstrara muita emoção com a conquista. Como tenho certa facilidade para fazer rimas, discuti com a Rosinha a possibilidade de quebrar o protocolo e fazer o pedido em versos. Seria tudo ou nada. Ela achou a ideia genial e foi o que fizemos.

Dia 26 de março de 1971, sexta-feira, última audiência do dia, da semana e do mês, lá estávamos nós, no Palácio da Alvorada, junto com os professores Ciro de Andrade e Rúbens Viegas. Fácil imaginar o estado de espírito do Presidente e o olhar de desespero que ele deu, quando a Rosinha disse que eu faria o pedido da regulamentação em versos. Eu tremia tanto! Mas comecei como quem não quer nada. De início ele me olhava meio desconfiado, aos poucos foi se aprumando, mudando a postura e a expressão. Eu fui me empolgando e, de repente, aquele Presidente de lindos olhos azuis chegou às lágrimas e capitulou no seguinte momento:

(...) Cadê o sorriso triste? Cadê a seca falada?

Não importou nada disso. A taça foi conquistada

E a camisa canarinho, da seleção brasileira,

Não era dos jogadores, mas sim da nação inteira... (...)

Muito mais coisas foram ditas, em tom de súplica, de cobrança e procurando tocar o coração dele.

Com as lágrimas senti que a batalha estava vencida. Finda a rimada solicitação, ele me abraçou, levou-me para aquela mesa grandona onde despachava com os ministros, procurou no armário um livro, fez-me sentar ao lado dele, perguntou meu nome e fez a dedicatória: “Para a Laurete, com os meus cumprimentos. Emílio Garrastazu Médici”. Tenho esse livro como uma joia preciosa. Mérito não apenas meu, também da querida Rosinha Viegas.

Uma semana mais tarde o Presidente enviou a mensagem da regulamentação para o Congresso Nacional e a Educação Física tornou-se obrigatória nos três níveis de ensino, abrindo campo de trabalho para uma grande quantidade de profissionais do esporte desse Brasil imenso.
Ainda hoje, quando me lembro dessa abençoada oportunidade que Deus me concedeu, consigo ouvir o timbre da voz, os olhos azuis e a emoção que levou às lágrimas um Presidente da República, quando o maravilhoso, inigualável e brasileiro Futebol tricampeão entrou em cena...

Lauret Godoy
godlau@uol.com.br



 
Edições Anteriores
* Os artigos publicados no jornal Maturidades são de inteira responsabilidade dos autores
(que exprimem suas opiniões e assinam seus artigos) devendo ser encaminhada
a estes toda e qualquer sugestão, crítica ou pedido de retratação.
       
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo • PUC-SP - Design DTI•NMD - 2016